domingo, 31 de outubro de 2010

Três mitos sobre a eleição de Dilma


Marcos Coimbra desfaz falsas análises a respeito da eleição da petista

Enquanto o País vai se acostumando à vitória de Dilma Rousseff, uma nova batalha começa. Nem é preciso sublinhar quão relevante, objetivamente, é o fato de ela ter vencido a eleição, nas condições em que aconteceu. Ela é a presidente do Brasil e, contra este fato, não há argumentos.

Sim e não. Porque, na política, nem sempre os fatos e as versões coincidem. E as coisas que se dizem a respeito deles nos levam a percebê-los de maneiras muito diferentes.

Nenhuma versão muda o resultado, mas pode fazer com que o interpretemos de forma equivocada. Como consequência, a reduzir seu significado e lhe diminuir a importância. É nesse sentido que cabe falar em nova batalha, que se trava em torno dos porquês e de como chegamos a ele.

Para entender a eleição de Dilma, é preciso evitar três erros, muito comuns na versão que as oposições (seja por meio de suas lideranças políticas, seja por seus jornalistas ou intelectuais) formularam a respeito da candidatura do PT desde quando foi lançada. E é voltando a usá-los que se começa a construir uma versão a respeito do resultado, como estamos vendo na reação da mídia e dos “especialistas” desde a noite de domingo.

O “economicismo” – O primeiro erro a respeito da eleição de Dilma é o mais singelo.

Consiste em explicá-la pelo velho bordão “é a economia, estúpido!”
É impressionante o curso que tem, no Brasil, a expressão cunhada por James Carville, marqueteiro de Bill Clinton, quando quis deixar clara a ênfase que propunha para o discurso de seu cliente nas eleições norte-americanas de 1992. Como o país estava mal e o eleitorado andava insatisfeito com a economia, parecia evidente que nela deveria estar o foco do candidato da oposição.

Era uma frase boa naquele momento, mas só naquele. Na sucessão de Clinton, por exemplo, a economia estava bem, mas Al Gore, o candidato democrata, perdeu, prejudicado pelo desgaste do presidente que saía. Ou seja, nem sempre “é a economia, estúpido!”

Aqui, as pessoas costumam citar a frase como se fosse uma verdade absoluta e a raciocinar com ela a todo momento. Como nas eleições que concluímos, ao discutir a candidatura Dilma.

É outra maneira de dizer que os eleitores votaram nela “com o bolso”.
Como se nada mais importasse. Satisfeitos com a economia, não pensaram em mais nada. Foi o bolso que mandou.

Esse reducionismo está equivocado. Quem acompanhou o processo de decisão do eleitorado viu que o voto não foi unidimensional. As pessoas, na sua imensa maioria, votaram com a cabeça, o coração e, sim, o bolso, mas este apenas como um elemento complementar da decisão. Nunca como o único critério (ou o mais importante).

A “segmentação” – O segundo erro está na suposição de que as eleições mostraram que o eleitorado brasileiro está segmentado por clivagens regionais e de classe. Tipicamente, a tese é de que os pobres, analfabetos, moradores de cidades pequenas, de estados atrasados, votaram em Dilma, enquanto ricos, educados, moradores de cidades grandes e de estados modernos, em Serra.

Ainda não temos o mapa exato da votação, com detalhe suficiente para testar a hipótese. Mas há um vasto acervo de pesquisas de intenção de voto que ajuda.

Por mais que se tenha tentado, no começo do processo eleitoral, sugerir que a eleição seria travada entre “dois Brasis”, opondo, grosso modo, Sul e Sudeste contra Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os dados nunca disseram isso. Salvo no Nordeste, as distâncias entre eles, nas demais regiões, nunca foram grandes.

Também não é verdade que Dilma foi “eleita pelos pobres”. Ou afirmar que Serra era o “candidato dos ricos”. Ambos tinham eleitores em todos os segmentos socioeconômicos, embora pudessem ter presenças maiores em alguns do que em outros.

As diferenças no comportamento eleitoral dos brasileiros dependem mais de segmentações de opinião que de determinações materiais. Em outras palavras, há tucanos pobres e ricos, no Norte e no Sul, com alta e com baixa escolaridade. Assim como há petistas em todas as faixas e nichos de nossa sociedade.

Dilma venceu porque ganhou no conjunto do Brasil e não em razão de um segmento.

O “paternalismo” – O terceiro erro é interpretar a vitória de Dilma como decorrência do “paternalismo” e do “assistencialismo”. Tipicamente, como pensam alguns, como fruto do Bolsa Família.

Contrariando todas as evidências, há muita gente que acha isso na imprensa oposicionista e na classe média antilulista. São os que creem que Lula comprou o povo com meia dúzia de benefícios.

As pesquisas sempre mostraram que esse argumento não se sustenta. Dilma tinha, proporcionalmente, mais votos que Serra entre os beneficiários do programa, mas apenas um pouco mais que seu oponente. Ou seja: as pessoas que tinham direito a ele escolheram em quem votar de maneira muito parecida à dos demais eleitores. Em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, os candidatos do PSDB aos governos estaduais foram eleitos com o voto delas.

Os três erros têm o mesmo fundamento: uma profunda desconfiança na capacidade do povo. É o velho preconceito de que o “povo não sabe votar” que está por trás do reducionismo de quem acha que foi a barriga cheia que elegeu Dilma. Ou do argumento de que foram o atraso e a ignorância da maioria que fizeram com que ela vencesse. Ou de quem supõe que a pessoa que recebe o benefício de um programa público se escraviza.

É preciso enfrentar essa nova batalha. Se não, ficaremos com a versão dos perdedores.

Fonte: Carta Capital -
http://www.cartacapital.com.br/politica/tres-mitos-sobre-a-eleicao-de-dilma

sábado, 30 de outubro de 2010

Marina elogia Serra e Dilma, mas critica centralismo de ambos

Marina disse que Serra e Dilma "são muito parecidos, com um perfil gerencial"
Foto: Altino Machado/Terra Magazine

Altino Machado
Direto de Rio Branco

A senadora Marina Silva (PV-AC), terceira colocada no primeiro turno da disputa presidencial, elogiou os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Roussef (PT) durante entrevista coletiva em Rio Branco (AC), onde nasceu e votará no próximo domingo (31). Segundo Marina, Serra e Dilma são pessoas com qualidades inquestionáveis, contribuiram para o País nos cargos que ocuparam na gestão pública e se doaram na luta em defesa da democracia brasileira durante a juventude.

"Mas ambos são muito parecidos, com um perfil gerencial e com atitudes muito centralizadas em si. 'Eu sei', 'eu faço', 'eu posso', 'eu tenho', 'eu vou', não é? Além disso, têm uma visão de desenvolvimento que eu discordo completamente", ponderou.

Marina voltou a classificar Serra e Dilma de "desenvolvimentistas e crescimentistas". A ex-candidata afirmou que ambos não são capazes de perceber que "a grande utopia deste século é o encontro entre economia e ecologia", disse.

"Pude perceber um problema grave: ninguém pode ser presidente do Brasil sem apresentar um programa de governo. No primeiro turno, Serra apresentou alguns discursos, o que não é programa de governo. E a ministra Dilma apresentou várias versões", criticou.

Para a senadora, o perfil de Serra e Dilma é diferente do perfil do presidente Luís Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Fernando Henrique, considerados por ela como dois políticos com pensamento estratégico.

"O Lula conseguiu reduzir em 24 milhões o número de pessoas que estavam abaixo da linha de pobreza porque é um homem de visão estratégica. O Fernando Henrique fez o Plano Real porque é um homem de visão estratégica. Mas que futuro tem um País em que 24% de sua população jovem está fora da escola e sem trabalho? Que futuro tem um País que está drenando o equivalente ao que se investe em educação, que é 5% do Produto Interno Bruto (PIB)?", questionou.

Após o mandato de senadora, Marina pretende "retornar para a sociedade", participar do Movimento Brasil Sustentável e reassumir o Instituto Democracia e Sustentabilidade. "Vou retomar essas atividades e trabalhar no PV, participando da revisão programática e da restruturação partidária. Vou militar no partido e também na sociedade".

Marina disse que quer o "crescimento programático" do PV e lembrou que ao sair do PT não fez nenhum movimento para arrebanhar seguidores. Ela assinalou que saiu sem criar confronto com o PT, no qual militou durante 30 anos. "Acho que é a primeira vez que uma liderança sai respeitando e reconhecendo o lugar onde ficou, não fazendo política do ataque pelo ataque nem utilizando como trampolim eleitoral as divergências vivenciadas no partido ou no governo", afirmou.

Terra Magazine

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Marina se irrita com email com falsa declaração de apoio a Serra

'Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral', afirmou Marina em nota


Daiene Cardoso/SÃO PAULO - Agência Estado

Email usando uma declaração antiga da senadora e candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, provocou a fúria da ex-presidenciável. Ao ser informada que militantes do PSDB estariam divulgando a informação de que ela teria se posicionado em favor do candidato tucano José Serra, Marina fez críticas duras à iniciativa de simpatizantes do tucano. "Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral", disse Marina, em nota distribuída na noite desta quarta-feira, 27.

Segundo sua assessoria, um endereço de correio eletrônico falso e um post do blog "Eu Vou de Serra 45" redistribuiu aos simpatizantes da senadora verde uma declaração dada por ela ainda durante o primeiro turno. Na época, Marina disse que o "Brasil não pode ser entregue a quem não conhece".

A nota publicada nesta quarta pelo blog "Eu Vou de Serra 45" diz: "Em campanha no Sul do País, a candidata Marina Silva, do PV, fez críticas em relação ao desconhecimento geral sobre a biografia da candidata do PT, Dilma Rousseff. Em café da manhã em Curitiba com lideranças do PV paranaense, Marina pediu ao povo brasileiro que 'pense duas vezes' antes de fazer suas escolhas. 'Que o povo brasileiro pense duas vezes antes de entregar o futuro do Brasil para quem não conhecemos direito', disse ela."

Marina repudiou o conteúdo do blog. "Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos", declarou a senadora, de acordo com nota de sua assessoria.

Na nota, Marina reforça que seu partido decidiu pela independência neste segundo turno. "Estamos no final do segundo turno e os brasileiros já tiveram acesso a muitas informações sobre os candidatos à Presidência. Não há mais desconhecidos. O eleitor vai às urnas consciente da sua escolha e não sujeitará a formação de sua opinião àqueles que usam artifícios ingênuos para distorcer a realidade", afirmou Marina.

Fonte: O ESTADÃO


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Em nota, Movimento Marina Silva declara neutralidade

O Movimento Marina Silva - que apoiou a candidata derrotada do PV à presidência da República - manifestou, nesta quarta-feira (27), "sua preocupação" em relação aos apoios que membros do grupo têm declarado publicamente a determinadas candidaturas. Em nota, que se refere ao posicionamento presidencial dos verdes no segundo turno, o movimento afirma esclarecer que esses apoios "se tratam de pronunciamentos pessoais e que cada um tem a liberdade de se posicionar de acordo com as suas convicções do que é melhor para o País".

Na carta, o movimento ressalta não ter representante e afirma que "ninguém tem mandato para falar" em seu nome. "Se quiser falar em nome do Movimento, fale em seu próprio nome", diz o documento. O segundo turno será decidido entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra, no próximo domingo (31).

A ex-ministra Marina Silva ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições e recebeu quase 20 milhões de votos.

Redação Terra

terça-feira, 26 de outubro de 2010

EXPOSENAC VAREJO

Silêncio do PV aumenta incerteza sobre destino dos votos de Marina

O silêncio da cúpula do Partido Verde (PV), da candidata à Presidência Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno, aumentou a incerteza sobre o destino de seus 20 milhões de votos para o segundo turno, marcado para o próximo domingo.

O PV decidiu em sua convenção nacional não oferecer apoio nem à candidata do PT, Dilma Rousseff, nem ao tucano José Serra, para dar, em um termo utilizado pelo próprio partido, "independência" a seus eleitores.

Ao se posicionar de forma neutra, o PV motivou tantas especulações que nem os analistas políticos conseguem chegar a um acordo sobre as consequências eleitorais dessa postura.

Alguns especialistas consideram que a favorecida será a candidata do PT, porque Marina conquistou muitos eleitores de esquerda insatisfeitos com o partido ou que não gostam de Dilma, mas que se recusam a votar na oposição.

No entanto, outros analistas afirmam que o mais beneficiado pela neutralidade será o candidato do PSDB, já que o PV colheu muitos votos em cidades de classe média e alta que tendem à direita, como Brasília, única região na qual Marina foi a mais votada.

Apesar da neutralidade declarada oficialmente pelo PV, algumas figuras destacadas do partido, como o deputado federal e candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, declararam apoio a Serra.

"A neutralidade beneficia principalmente o PV e Marina Silva, que deverá ser convocada (a integrar o Governo) por quem ganhar as eleições", opinou o cientista político Eurico Figueiredo, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em entrevista à Agência Efe.

O professor considerou que o vencedor do pleito do próximo domingo buscará contar com a candidata derrotada por sua imagem de política séria vista no Senado e como ministra do Meio Ambiente no governo Lula.

"Marina Silva será obrigada a aceitar porque o partido a forçará e porque ela não terá um mandato", explicou Figueiredo, em referência ao fim do período de Marina no Senado, em janeiro próximo.

O analista advertiu, no entanto, que a senadora pode ter se equivocado em seu cálculo político ao se manter neutra, porque se Dilma vencer as eleições, como preveem as pesquisas, poderá se negar categoricamente a oferecê-la um Ministério por suas diferenças pessoais.

Marina, que durante anos foi membro do PT, saiu do Governo em 2008 pelas pressões às quais se viu submetida por parte da Casa Civil, então dirigida por Dilma, para que acelerasse a resolução de algumas questões ambientais relacionadas a vários projetos de infraestrutura.

Caso não consiga um posto no Governo, a senadora não ocupará nenhum cargo legislativo ou executivo nos próximos anos, e correria o sério risco de perder todo o capital político conseguido nestas eleições, como aconteceu com outros candidatos.

É o caso de Heloísa Helena (PSOL), também ex-integrante do PT, que foi a terceira mais votada nas eleições de 2006. Depois disso, foi eleita vereadora em Maceió (2008), e agora não foi capaz de conseguir uma cadeira no Senado por Alagoas.

As aspirações do PV de ser visto como uma "terceira via política" também dependem desse hipotético posto no Governo, já que nas eleições legislativas não teve um resultado tão satisfatório.

"A votação do Partido Verde foi irrelevante. Os votos a Marina Silva foram desproporcionais se comparados aos do partido, cuja mensagem não tem apelo no grande eleitorado", disse Figueiredo.

O PV contará com 15 dos 513 deputados federais que integram a Câmara, ou seja, apenas 3% do total, e não terão representação no Senado.

Fonte: TERRA

Marina afirma que Dilma está mais próxima de seu programa

Do Metro

brasil@eband.com.br

Para Marina Silva (PV), a candidata à Presidência petista Dilma Rousseff conseguiu uma aproximação maior de seu plano de governo.

Para a verde, que teve 20% dos votos no primeiro turno e preferiu se manter neutra no segundo turno eleitoral, “houve um acolhimento um pouco maior por parte da candidatura de Dilma Rousseff”.

As declarações foram dadas em entrevista a um programa de TV, nessa segunda-feira. Marina completou, porém, que “nenhum dos dois se comprometeu com a integralidade dos pontos [do plano de governo do PV]”. Os dois candidatos são definidos por ela da mesma maneira: “competentes e com perfil gerencial”. Dilma e Serra tiveram diferença de cerca de 13 milhões de votos no primeiro turno.

domingo, 24 de outubro de 2010

Marina diz que não quer liderar 'manada'



Ex-candidata acredita em voto de "opinião"


FOLHA ONLINE

"Não acredito em voto de manada." Foi assim que a ex-candidata à Presidência Marina Silva explicou, à Folha, a posição que ela chamou de independente no segundo turno das eleições, apontada por alguns como neutra.

"Não acredito em o político falar: estou indo por aqui, sigam-me. Esses eleitores, por mais que tenham razões específicas, fragmentadas, para terem apoiado a candidatura do Partido Verde à Presidência, têm uma coisa que os une: o voto de opinião, que quer ver avanços na política", completou.

A senadora está animada com o futuro. A curto prazo, Marina tem um plano definido: usará os dois meses de mandato como senadora para lutar contra a mudança proposta pelo deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) no Código Florestal, que, para ela, anistia desmatadores e legaliza propriedades griladas.

A partir de janeiro de 2011, a terceira colocada nas eleições presidenciais decidiu manter a militância partidária e na sociedade. Depois de um período de descanso, que ela define como "breve", quer voltar a estudar.

"Vou escrever a conclusão do curso de psicopedagogia na Argentina com Alice Fernandes." Marina julgou "maravilhosa" a experiência de concorrer ao Planalto, que lhe rendeu novas ideias sobre o país e será matéria-prima para futuros projetos.

Sobre as próximas eleições, ela fala rapidamente: "Não fico de caso pensado estudando ser candidata em 2014. Estou disposta a trabalhar para uma terceira via consolidada, formatada programaticamente, estruturalmente e socialmente para que o Brasil saia da polarização que tanto tem, no meu entendimento, encurtado o alcance da política".

Nos últimos dias, lideranças do PV se dividiram no apoio aos dois candidatos. Marina não vê problema nisso. Diz que é velha a visão de que existiam na mão dela "20 milhões de votos para transferirmos para esse ou para aquele". Ela diz que a sua candidatura recebeu o voto democrático do cidadão que acreditou na sua plataforma, discurso, postura e trajetória.

ATRASO

Marina avalia que a política no Brasil enfrenta um "atraso abissal" que pode levar o país ao retrocesso econômico e social pela atitude dos dois partidos que disputam o segundo turno.

Na conversa com a Folha, Marina criticou a atitude dos candidatos do PT e PSDB ao Planalto, Dilma Rousseff e José Serra. Para ela, os dois poderiam agir "sem a perspectiva puramente da desconstrução um do outro, mas da construção do Brasil".

Os candidatos estariam, na visão dela, perdendo uma hora preciosa do país. "O tempo está passando e os dois candidatos estão com a mesma atitude de não aprofundar as propostas, de não colocar uma visão estratégica do país. Essa é a hora de discutir o Brasil, e de eles dizerem o que pensam sobre economia, política externa, questão social e sustentabilidade, e não com o olho no espelho retrovisor", afirmou.

Apontou um ponto que vê como uma anormalidade dos hábitos políticos brasileiros: "Não dá para querer ser presidente sem apresentar um programa de governo".

Marina criticou os institutos de pesquisas e pediu ajustes metodológicos: "As pesquisas erraram muito no primeiro turno. Se dependesse delas, teria ficado de braços cruzados, pois não passaria dos 8%. A urna revelou algo maior do que os institutos alcançaram. Temos de ter um olhar para as pesquisas como uma contribuição para as próximas eleições".

Fonte: Midia News

sábado, 23 de outubro de 2010

Panfleto de Dilma corteja eleitor de Marina em Minas


Redação 24 Horas News

O comitê da candidata Dilma Rousseff (PT) imprimiu um milhão de panfletos usando o nome de Marina Silva (PV) para tentar conquistar eleitores que votaram nela no primeiro turno da corrida presidencial.

O material, impresso em cor verde, foi distribuído ontem em ato da campanha petista em Belo Horizonte, onde Marina venceu no dia 3 com 40% dos votos válidos.

Dilma discursou usando um adesivo verde com o número 13 do PT. Ela já havia aparecido com a peça na quarta-feira, em ato com políticos do PV em Brasília.

O santinho petista destaca o nome da senadora na capa, em letras garrafais: "Eu votei na Marina. Agora...". Ao virar a página, o eleitor encontra um artigo do teólogo Leonardo Boff, que apoiou a verde e agora pede votos para Dilma.

No texto, ele elogia a presidenciável e sugere que Marina também a apoiaria. "Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer", diz Boff.

A ex-candidata optou pela neutralidade no segundo turno, e os filiados ao PV foram liberados para aderir a Dilma ou a José Serra (PSDB).

Ontem, a presidenciável petista subiu ao palanque com a prefeita de Natal, Micarla de Sousa (PV), e o deputado José Fernando Aparecido (PV-MG), que disputou o governo de Minas Gerais.

"A Micarla representa também o Partido Verde me apoiando", disse, ao apresentar a nova aliada.

Ao microfone, Dilma investiu no flerte com os marineiros e defendeu o desmatamento zero. "Para mim a questão ambientalista não é um adereço de mão", disse.

Na quarta, ela foi alvo de ato do Greenpeace e disse que a ideia de desmatamento zero é "demagógica''.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Em novo flerte com PV, Dilma enfatiza planos ambientais

ANNE WARTH - Agência Estado

Em mais uma tentativa de reaproximação com os ambientalistas para conquistar o voto de parte dos 19 milhões de eleitores que a senadora Marina Silva (PV) teve no primeiro turno, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, reafirmou hoje seu compromisso de aliar o crescimento econômico ao desenvolvimento social e à sustentabilidade. "A questão do meio ambiente para nós é fundamental", disse, em entrevista à imprensa concedida no heliponto de uma empresa em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.

Dilma disse que o País irá cumprir o plano de redução de emissão de gases apresentado no ano passado à Conferência do Clima - de 36% a 39% até 2020. Ela ressaltou também a importância do Plano Nacional de Recursos Hídricos e de implantar saneamento básico, tratar o esgoto e preservar mananciais e encostas. Ela aproveitou para criticar a ausência de uma política habitacional antes do lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida. "Não se fez política habitacional e as pessoas iam para áreas proibidas porque não tinham acesso a outras", afirmou.

Dilma visitou quatro municípios da região do Alto Tietê - Guarulhos, Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos - nesta tarde. A petista, que durante toda a campanha deu destaque para o desenvolvimento econômico com distribuição de renda, incluiu a preservação do meio ambiente como uma de suas prioridades. "Estou aqui para reafirmar que uma cidade melhor é necessariamente uma cidade ambientalmente desenvolvida. O econômico, o social e o ambiental são coisas entrelaçadas", afirmou. Ela citou que recebeu o apoio hoje de segmentos do PV em Brasília. "A cerimônia foi muito importante porque nós hoje tivemos o apoio de segmentos do Partido Verde, embora não do Partido Verde oficialmente."



Dilma prega apoio aos estados para criar o "ICMS ecológico"

Abnor Gondim
BRASÍLIA - Uma parte expressiva da tropa de choque de Marina Silva deu ontem o seu apoio formal à candidatura petista Dilma Rousseff, durante evento em que ela lançou 13 compromissos com o meio ambiente. Entre eles, destacam-se a tolerância zero com o desmatamento e a redução de 80% no desmatamento da Amazônia, além da geração de empregos verdes e a retomada do debate sobre a revisão do Código Florestal, como foi antecipado ontem pelo DCI.

O documento apresentado pela campanha de Dilma menciona o apoio ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) ecológico para os estados que ainda não aprovaram leis tributárias neste sentido. Também prevê incentivos tributários para produtos sustentáveis, além da erradicação dos lixões com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, legislação aprovada este ano pelo Congresso.

Militantes do Movimento Marina Silva e os deputados federais Edson Duarte (BA) e Sarney Filho (MA), respectivamente líder do PV e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, participaram ontem do encontro que lançou a plataforma ambiental de Dilma. Estavam presentes também o coordenador da campanha de Marina, Pedro Ivo Batista, a filha de líder seringueiro Chico Mendes, Ângela Mendes. A mãe dela, a viúva Ilzamar Mendes, declarou apoio ao Serra. Marcos Apurinã, coordenador-geral da Coiab e Apib, representações indígenas nacionais, dvidiram a mesa do evento com o vice de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP).

A senadora Marina Silva (PV-AC) minimizou a decisão de parte do PV apoiar a candidata Dilma. Depois do partido optar pela neutralidade na disputa entre a petista e José Serra (PSDB), Marina disse que "cada integrante do partido tem sua posição individual".


Greenpeace "desrespeitoso"

O discurso da candidata foi interrompido por manifestantes do Greenpeace que pediam a assinatura de Dilma ao compromisso de desmatamento zero e a aprovação da lei de energias renováveis. Os manifestantes foram vaiados e chamados de tucanos, até que Dilma pediu à plateia que permitissem a manifestação. "Minha assinatura não entra em documento que colocam desta maneira, é desrespeitoso". Foram dez minutos de interrupção em um discurso que atingiu quase meia hora. Dilma ainda afirmou que não faz "leilão político".



Dilma foi enfática em seu discurso garantindo que seu governo terá tolerância zero aos desmatadores em todos os biomas brasileiros. Ela afirmou que se compromete, apenas, com propostas viáveis, e ressaltou que o governo até pode alcançar o "desmatamento zero". Mas salientou que seu compromisso de campanha é com os termos do Plano Nacional de Mudança de Clima, aprovado pelo Congresso, que prevê redução de 80% do desmatamento da Amazônia e de 40% do Cerrado.


Missão indígena

Muitas lideranças ambientalistas falaram antes de Dilma e quando foi chamada a tomar o microfone ela pediu que Marcos Apurinã falasse. O indígena entregou a ela uma lista com dez solicitações, entre elas a regulamentação de todas as terras indígenas no Brasil, durante o seu mandato de presidente.


O próprio secretário Nacional de Meio Ambiente do PT, Julio Barbosa, ex- prefeito de Xapuri no Acre, onde fica o seringal de Chico Mendes, analisa que o comprometimento de Dilma com a reivindicação indígena é difícil de ser cumprido. "É um compromisso corajoso".

Fonte:DCI

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PV manterá a neutralidade

PV Uberaba não vai aderir à campanha do segundo turno. A posição institucional segue a neutralidade declarada pela senadora Marina Silva (PV) e a direção nacional esta semana. Apesar de não saírem às ruas em apoio a qualquer candidatura, lideranças do partido manifestam voto a favor do presidenciável José Serra (PSDB).

O presidente da legenda em Uberaba, Marco Antonio Figueiredo, revela que defendeu o apoio ao presidenciável tucano em plenária. Porém, prevaleceu a postura de neutralidade da direção nacional. Ele avalia que Marina foi fiel à postura que teve desde o primeiro turno, pois sempre defendeu que Dilma e Serra eram candidatos com ideologias iguais.

Figueiredo garante que o partido local obedecerá à diretriz superior e não entrará nas campanhas. Entretanto, ele salienta que os filiados estão livres para se posicionar como quiserem e já comunica o voto a favor de Serra.

Para o pastor Terso Aguiar, que disputou vaga na Assembleia Legislativa de Minas pelo PV, a resposta de Marina era esperada porque a candidata preza pela coerência. De acordo com ele, a senadora pertencia a um PT romântico, que já não existe mais, e lutou muito contra o PSDB. Logo, não voltaria atrás para apoiar a candidatura de Serra. Do mesmo modo, Terso avalia que Marina saiu do Ministério do Meio Ambiente por causa de Dilma, o que inviabilizaria parceria com a petista agora.

Mesmo exaltando a postura da senadora, Terso declara que não pretende ficar neutro. Segundo ele, não existe o candidato ideal neste segundo turno, mas é possível procurar o menos ofensivo. “Meu voto vai para Serra. Reconheço que houve avanço no governo Lula, mas não tem como aprovar alguém relacionada a tantos escândalos, ainda mais quando não aparecem explicações. É um mau exemplo para o Brasil”, declara.

Também considerando a decisão do PV lógica, o presidente do PMDB/Uberaba, Luiz Humberto Borges, acredita que o quadro poderá favorecer a candidata petista. “Porque o eleitor da Marina é mais de centro-esquerda, não de centro-direita. Então, mais fácil o voto migrar para Dilma do que para o Serra. Ou, então, votarem nulo, branco e se absterem. Isso ajuda a Dilma, que tem vantagem nas pesquisas”, finaliza.

Fonte:JM::Jornal da Manhã

sábado, 16 de outubro de 2010

Nem Dilma nem Serra, no 2º turno Marina vai ficar neutra

Marina Silva e seu vice, Guilherme Leal, optaram pela independência no segundo turno da eleição
Léo pinheiro/futura press

Candidata derrotada no 1º turno critica nível da campanha e diz que PT e PSDB são conservadores

O PV decidiu ontem em reunião plenária realizada em São Paulo ficar neutro no segundo turno das eleições. Dos cerca de 120 votantes presentes, apenas quatro foram a favor de escolher um candidato para apoiar. "Estamos definidos nestas eleições como independentes", disse o presidente do partido, José Luiz de França Penna.

A senadora Marina Silva, terceira colocada no primeiro turno, leu uma carta do partido endereçada aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), na qual se declara neutra quanto aos rumos da campanha. Ela evitou manifestar sua opinião sobre o apoio para o segundo turno e demonstrou que não sentiu adesão de nenhum deles à carta de compromisso firmada pelo PV.

Marina reclamou contra o embate travado entre o PSDB e o PT na reta final de campanha, que chamou de "dualidade destrutiva", lembrando os tempos de Arena e MDB. Ela lamentou que os dois partidos que "nasceram inovadores, hoje se mostram conservadores". "A agressividade do seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma política de paz", disse.

Admitindo que entre os cerca de 20 milhões de votos que teve no primeiro turno havia boa parte de evangélicos, Marina alfinetou o teor religioso que a campanha do segundo turno recebeu. "Professei minha fé sem fazer dela uma arma eleitoral." Analistas políticos acreditam que a decisão do PV não terá influência nos votos verdes no segundo turno, mas é importante para preservar a imagem política conquistada por Marina.

O empresário e ex-candidato a vice Guilherme Leal também apoiou a neutralidade no segundo turno.


Fonte: DESTAK

Marina cobra mais consistência de Dilma e Serra

Senadora inaugura nova ‘barganha’ eleitoral e quer compromissos em vez de cargos, mas vê ‘desenvolvimentismo’

Flávia Tavares, Estadão.com

Foi ela quem levantou a bandeira do meio ambiente no primeiro turno e, agora, é ela quem luta para mantê-la hasteada.

Enquanto Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) fingiam que o tema tinha saído da pauta, Marina Silva (PV) pressionou os presidenciáveis a se posicionar mais claramente no que se refere à sustentabilidade e, ainda que não inteiramente, condicionou seu apoio a algum deles à adesão a sua agenda ambientalista.

Mas ela não se ilude. Sabe que, por um lado, inaugurou uma nova modalidade de "barganha" eleitoral, ao exigir compromissos em vez de cargos em troca de seu consentimento. Por outro, percebe em Dilma e Serra muito mais disposição ao desenvolvimentismo - ou, como dizem alguns de seus assessores, ao "crescimentismo" - do que ao ambientalismo.

"Mesmo no primeiro turno, as duas campanhas não se ativeram à temática do meio ambiente. Ela aparecia apenas dirigida a mim, já que isso é uma prioridade da nossa plataforma de governo. Não aparecia pela minha interação com os outros candidatos", lembra a candidata do PV.

Para Marina, depois de seus quase 20 milhões de votos no dia 3 de outubro, ficou claro que os brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante.

"Pela primeira vez, houve um ensaio político para referenciar uma proposta de desenvolvimento baseada na sustentabilidade. Proposta que teve um respaldo muito grande em termos eleitorais, mesmo que as pessoas não tenham uma compreensão mais aprofundada da questão", disse a senadora.

Ela sabe que nem todos os que votaram nela o fizeram somente pela cor de sua bandeira. Ainda assim, acredita que esse recado dos eleitores obrigará partidos e lideranças políticas a dialogar sobre meio ambiente com mais frequência e consistência.

Leia mais em Marina cobra mais consistência na discussão entre Dilma e Serra

Fonte: O GLOBO

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Gilberto Gil declara apoio a Dilma no segundo turno

A campanha da candidata Dilma Rousseff (PT) divulgou neste sábado (16) que o cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura do governo Lula, declarou seu apoio à candidatura petista no segundo turno das eleições presidenciais.

Em vídeo noticiado pelo PT, Gil revela que votou em Marina Silva no primeiro turno, mas que no segundo turno Dilma receberá seu voto.

"Eu votei em Marina, sou do Partido Verde, é a candidata do Partido Verde. Vou votar em Dilma no segundo turno. Convivi com ela em ambiente de governo, em situação, enfim, de ministério, que decisões precisavam ser tomadas, que a disputa pelo orçamento se dava, e ela sempre tratou o Ministério da Cultura com muito respeito, muito apreço, dando a ele muita importância", disse Gilberto Gil.

O cantor e compositor, que é filiado ao PV e foi ministro da Cultura do governo Lula entre 2003 e 2008, declarou voto em favor de Dilma antes da reunião que será realizada no domingo (17) e irá decidir quem o PV irá apoiar no segundo turno.

Redação Terra

Marina sinaliza neutralidade e vê futuro na 3a via

Por Carmen Munari e Brian Winter

SÃO PAULO (Reuters) - A senadora Marina Silva (PV-AC), terceira colocada no primeiro turno da eleição presidencial, está evitando sair ao ar livre. Nas últimas vezes, ela causou polêmica na rua ao receber conselhos de que deveria apoiar Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) nesta reta final da disputa.

É muito provável, no entanto, que os eleitores não vejam Marina em palanque algum. Ela sinalizou em entrevista à Reuters que deverá ficar neutra, independente da decisão do PV no próximo domingo.

Marina, a ambientalista que ficou em terceiro lugar na eleição de 3 de outubro com quase 20 milhões de votos, não explicitou sua posição e nem a de seu partido, mas disse que se sente frustrada com o tom agressivo dos dois candidatos e reiterou que não vê grande diferença entre eles.

"Ambos são muito parecidos. Ambos têm uma visão desenvolvimentista. Eles têm um perfil gerencial. O Brasil não precisa de gerente, precisa de quem tem visão estratégica", disse Marina na entrevista.

Ela acredita que tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), demonstraram visão estratégica ao se colocar à frente de projetos sociais e de programas para conter a inflação, respectivamente.

"O Brasil continua precisando de visão estratégica. Quando você tem visão estratégica, você consegue os melhores gerentes. Quando você é apenas um gerente, a gente pode perder o rumo do que precisa ser feito", declarou.

Em sentido oposto, o presidente do PV, José Luiz Penna, se colocou frontalmente contrário à neutralidade do partido, em entrevista à Reuters há dez dias. E já existem casos de adesão de lideranças do PV tanto a Dilma quanto a Serra, declaradas nos últimos dias.

Por enquanto, o PV está em conversas com as equipes de Dilma e Serra tendo como base documento com dez propostas dos verdes. A aceitação dos itens é vista como condição para a decisão de apoio.

TERCEIRA VIA

A senadora evitou detalhar seu futuro. Disse que não há decisão "a priori", mas deixou claro que vai continuar em busca de uma terceira via, distinta dos principais partidos majoritários.

Citando o pensador francês Edgar Morin, afirmou que faz parte de uma "comunidade de pensamento", termo indicado por ele.

"Eu me disponho a fazer parte desta comunidade de pensamento. Espero que essa nova visão da política seja relevante para o Brasil e que não se disperse essa sinalização embrionária que foi dada nessas eleições, de que temos a possibilidade de construir uma terceira via", disse.

Sentada ao lado de um exemplar da Bíblia, Marina, evangélica da Assembléia de Deus, disse que sentiu preconceito durante o primeiro turno da eleição já que apenas a ela eram feitos questionamentos sobre religião. Agora que está fora da disputa, viu o tema crescer e atingir os dois candidatos.

"Quando Lula era candidato apareciam questionamentos, mas não com essa relevância", disse, sem exibir surpresa. Questionada sobre os motivos desta ampliação, disse apenas que seria "uma boa tese para os analistas".

Marina se emocionou apenas uma vez na entrevista, quando foi questionada sobre se tinha virado "moda". Ela respondeu que sua fama é resultado do trabalho de toda uma geração que luta em favor do meio ambiente.

"Isso é fruto do trabalho de muita gente ao longo de 30 anos. Eu não posso me apropriar individualmente disso. Quando as pessoas fazem um referência à questão ambiental ou a mim eu sei que estão se referenciando nesses 30 anos de luta sócio-ambiental do Brasil, onde vi o Chico Mendes ser assassinado", afirmou. Seringueiro e ativista, Chico Mendes foi assassinado em 1988.

PRESSÕES

Apesar de elogiar o presidente Lula, Marina não deixa de explicitar pressões que recebeu quando ocupou a pasta do Meio Ambiente (2003-2008), citando nominalmente o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes, o ex-secretário de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger e o ex-governador do Mato Grosso Blairo Maggi.

Sobre os projetos que implantou, destacou a divulgação em tempo real dos dados de desmatamento, o que considera inédito.

"O plano foi mantido depois que eu saí porque tinha transparência. Blairo Maggi questionava, Mangabeira questionava, Stephanes questionava, mas a academia toda e as ONGs iam lá e viam que a gente estava fazendo certo e o presidente Lula não teve como revogar as medidas", afirmou.

Fonte: O GLOBO

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PSDB e PV discutem 'agenda verde' de Marina Silva

Altino Machado
Direto de São Paulo

O senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e o coordenador da campanha do candidato tucano José Serra (PSDB), Xico Graziano, estiveram reunidos, nesta sexta-feira (15), no Rio, com Basileu Margarido e o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), representantes da senadora Marina Silva (PV-AC), terceira colocada na disputa para a presidência da República.

O PSDB sugeriu moratória de cinco anos como contraproposta ao desmatamento zero pretendido pelo PV no documento "Agenda por um Brasil justo e sustentável", apresentado na semana passada pela senadora.

Em relação ao Código Florestal, em princípio, os tucanos manifestaram concordância de vetar projeto que reduza reserva legal e áreas de preservação permanente (APPs) ou que anistie desmatadores.

Os representantes de Serra fizeram ressalva de que o veto poderia acontecer desde que não haja inclusão de "áreas de cultura agrícola consolidada de longa data" nas APP's para efeito de recomposição florestal.

Sirkis disse que os dois tucanos concordaram com a maioria dos pontos do documento, mas fizeram objeções de substância em relação ao Fundo Nacional de Segurança para complementar os salários dos policiais civis e militares de forma a garantir sua dedicação exclusiva à segurança pública.

Também houve objeções, de acordo com o relato de Sirkis, em relação à moratória sobre a construção de novas usinas nucleares e leilões de térmicas à carvão e óleo diesel. Sirkis informou que os tucanos teriam ponderado a necessidade de um levantamento da futura demanda energética.

"Houve uma objeção à supressão do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos elétricos e híbridos embora tenha havido concordância em relação a incorporar o critério de emissões de gases de efeito estufa como critério de tributação", relatou Sirkis.

Na avaliação do deputado eleito, de forma geral houve concordância em relação à proposta de reforma tributária, mas com ressalva quanto à proposta para que ocorra nos seis primeiros meses de governo. Os tucanos consideraram a proposta dos verdes pouco realista.

Fonte: TERRA

Notícias » Eleições » Eleições 2010 » Eleições 2010 PV de Minas aproveita onda de Marina e corre atrás de filiados

Juliana Prado
Direto de Belo Horizonte

Na tentativa de capitalizar a onda verde que atraiu simpatizantes em torno da candidatura da senadora Marina Silva (PV) na disputa presidencial no primeiro turno, o PV de Minas realiza na próxima quarta-feira (13) um mutirão de filiação. A intenção é chegar a 2,5 mil filiados, um acréscimo de cerca de 300 novos militantes verdes em Belo Horizonte em relação ao quadro atual.

A investida acontece em meio a um momento de exposição favorável do partido, graças ao bom desempenho da concorrente e seus quase 20 milhões de votos conquistados em todo o Brasil. Apesar de as urnas ainda não terem sido fechadas de vez no primeiro turno, a movimentação em Minas já acontece com vistas à eleição de 2012. "Nossa intenção é criar, desde já, o embrião para a disputa municipal", afirma o dirigente estadual da legenda, Ronaldo Vasconcelos.

Com o capital eleitoral em alta, o PV mineiro acredita que Belo Horizonte possui condições naturais para atrair novos adeptos, pela votação que Marina conseguiu na cidade. Ela surpreendeu ao sair vencedora no primeiro turno, com 40% dos votos, à frente de Dilma Rousseff (PT), que teve 31%, e José Serra (PSDB), com 28%.

Apesar de se abastecer da fonte de Marina Silva, os verdes de Minas Gerais continuam esticando a corda quando o assunto é o apoio a ser dado no segundo turno. A sigla regionalmente opta por Serra e parece querer pagar o preço da dissensão, se a senadora ficar neutra. "Eu acredito que ela vá optar pela neutralidade mesmo. Mas, para o PV, será muito ruim não tomar uma postura. Não tem jeito", defende Vasconcelos.

As afinidades com o tucanato são tantas que o dirigente arrisca uma escala de preferência para se tomar um posicionamento. "Numa ordem, eu diria que a nossa posição é primeiro pelo Serra, depois pela neutralidade e por último, de apoio a Dilma".

Em Minas, como em muitas regiões do Brasil, o Partido Verde tem mais proximidade com o PSDB do que com os petistas. Durante sete anos e três mesJustificares da era Aécio Neves (PSDB), entre 2003 e março de 2010, a sigla rezou na cartilha do então governador, votando seus projetos e apoiando até as iniciativas mais polêmicas. Com o PT, sempre foi mantida uma relação de cordialidade - e também de distância.

Redação Terra

domingo, 10 de outubro de 2010

Senac-MT realiza Ciclo de Palestras com Menegatti e Waldez Ludwig




O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Estado de Mato Grosso, Senac-MT, através do Centro de Educação Profissional do Varejo, CEP Varejo, com apoio da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso, Fecomércio-MT inicia nos dias 14 e 26 de outubro de 2010, o Ciclo de Palestras “Vencendo Desafios & Superando Metas”. O Ciclo contará com os mais renomados consultores do cenário empresarial. As palestras serão realizadas no auditório da Fecomércio-MT, sempre das 19 às 21 horas.


A abertura do Ciclo de Palestras será no dia 14 de outubro de 2010, com o palestrante Menegatti que abordará o tema “Como vender para o seu cliente interno e externo?” Segundo o palestrante, através de um estudo feito por Philip Kotler, diz “que as empresas dedicam boa parte de seus esforços à conquista de novos clientes, dispensando pouca atenção à retenção e ampliação dos negócios com os atuais clientes. As empresas destinam nada menos que 70% de suas verbas de marketing à conquista de novos clientes, muito embora 90% de suas receitas decorram dos atuais clientes”.

A principal causa da perda de faturamento das empresas é proveniente da insatisfação dos clientes com o atendimento incorreto. Estudos afirmam que 68% das vezes em que os clientes deixam de negociar com uma empresa são pelo fato de estarem insatisfeitos com as atitudes daqueles que o atenderam.

O objetivo desta palestra é liberar o lado criativo e inovador de cada um. Incentivar à busca pela excelência pessoal e profissional; despertar o desejo pela mudança e fortalecer o espírito de equipe.

O Ciclo de Palestras continua no dia 26 de outubro, com Waldez Ludwig que falará sobre “Inovação estratégica – a exploração do futuro”. Na oportunidade, o palestrante abordará cinco temas interligados: Primeiro o cenário da transformação das organizações especialmente no que se refere à evolução dos cidadãos e dos consumidores e a adaptação para uma economia baseada no conhecimento, na inovação, no ser humano e em atitudes para um serviço espetacular. Segundo, a gestão estratégica, a definição do que ser feito e dos objetivos, metas e visualização do futuro. Terceiro, a evolução dos conceitos e métodos relacionados com a excelência nos serviços e atendimento. Apresentam-se as singularidades da excelência em serviços e os principais critérios de avaliação pelos clientes. Quarto, o principal tema da palestra, a inovação, singularidade do ser humano, e a mais importante dimensão da competitividade contemporânea. Em quinto lugar, abordam-se a questão do talento humano e a necessidade de um perfil profissional baseado no empreendedorismo e na autonomia da busca do conhecimento, o desenvolvimento das fortalezas e o gerenciamento das fraquezas. Apresenta-se um perfil contemporâneo para o profissional e para os líderes e as características de uma organização baseada em inovação, times e a gestão colaborativa.

Sobre os palestrantes

Menegatti é administrador de empresas, pós-graduado em Produtividade e Qualidade Total, MBA em Gestão Empresarial. Iniciou sua carreira profissional na Nestlé. Atuou como professor em cursos de graduação e pós-graduação nas cadeiras de Administração de Serviços e Gestão do Capital Humano. Aos vinte e quatro anos assumiu a direção de uma empresa de varejo. Foi presidente da Associação Catarinense de Supermercados, o 4º maior PIB do setor no Brasil.

Waldez é professor, consultor em gestão empresarial e palestrante. Formado em Psicologia pela Universidade de Brasília e em Teatro pela Fundação Brasileira de Teatro, trabalhou como analista de sistemas durante vinte anos para órgãos e empresas públicas e privadas. Há 12 anos, atua como consultor independente, dedica-se à pesquisa da vanguarda em cenários e tendências da gestão das organizações, especialmente em temas ligados a estratégias competitivas, mercado de trabalho, perfil profissional, criatividade e inovação, melhoria da qualidade e desenvolvimento do capital intelectual. Mais de 700.000 pessoas já o assistiram ao vivo em mais de 1.700 eventos nos quais participou como professor, consultor ou palestrante nos últimos 15 anos.

Local: Auditório da Fecomércio-MT

Data: 14 e 26 de outubro de 2010

Horário: 19 às 21 horas

Informações: 65 – 3025 5253


Investimento: Três litros de leite (longa vida)





Marina reitera que pode discordar do partido

PV decidiu que só vai definir quem apoiar em convenção no dia 17

DO R7

Marina Silva, candidata do PV à Presidência que ficou em 3º lugar na disputa com quase 20 milhões de votos, reiterou nesse sábado (9) em Brasília que pode ter posição divergente do partido na convenção do dia 17. É no encontro que o partido irá definir se apoia Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) ou se fica neutro nesse segundo turno.

- A postura do partido sempre foi a de que se não fôssemos ao segundo turno, o posicionamento do partido seria definido em convenção pela maioria. Mas é uma tradição do partido que a minoria possa manifestar a sua opinião divergente.

Questionada se seria minoria, Marina disse que não.

- Eu não disse que era minoria. Eu só disse que esta é uma tradição do partido. A posição do partido e a minha, vocês só saberão após o dia 17.

De acordo com Marina, os apoios locais do PV não serão necessariamente os mesmos do apoio nacional. No Distrito Federal, por exemplo, o PV já declarou apoio ao candidato do PT ao governo do DF, Agnelo Queiroz.

- Minha opinião quanto aos Estados é que os apoios sejam dados com base em programas, e não como é feita na velha política por relação de amizade. Trata-se de política por programa. E o mesmo será feito em âmbito nacional e foi por isso que apresentamos os nossos pontos prioritários em um programa.

Nesta sexta-feira (8), o PV apresentou um programa com dez temas que vai servir como forma de negociação com os candidatos à Presidência que disputam o segundo turno .

Entre os temas que constam no documento intitulado "Agenda por um Brasil justo e sustentável" estão liberdade de imprensa, reforma eleitoral e investimento de 7% do PIB na educação. O partido de Marina também defende a criação de uma agência para regulação das mudanças climáticas e o veto à proposta de mudança do Código Florestal.

Recado das urnas

A candidata disse ainda que o resultado do primeiro turno foi um recado claro do eleitor tanto para a situação quanto para a oposição. Ao contrário do que as pesquisas indicavam, Marina teve quase 20 milhões de votos no primeiro turno.

- As pessoas estão dizendo que querem manter conquistas, mas não querem ser complacentes com os erros. O presidente que tem mais de 80% de aceitação não conseguiu fazer sua candidata no primeiro turno. A oposição também recebeu um recado por não ter elegido quadros importantes como Tasso Jereissatti e Arthur Virgílio [ambos tucanos], o que quer dizer que o eleitor não quer a oposição apenas como oposição.

Votação expressiva

A candidata verde veio a Brasília neste sábado (9) para agradecer aos militantes a votação que teve na capital federal. Marina foi a candidata mais votada no DF, com 611 mil votos, o que representa 42% dos votos válidos. Dilma Rousseff teve 31% dos votos válidos e José Serra, 24%.

No Distrito Federal, a candidata do PV foi a mais votada em 19 das 21 zonas eleitorais. Foi vencida por Dilma Rousseff em apenas duas zonas, e por uma diferença pequena. Dilma ficou em segundo lugar na maior parte das zonas, perdendo para José Serra em apenas quatro zonas eleitorais.

Fonte:Midia News

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Marina divulga 42 condições para apoio no 2º turno

Adesão à 'Agenda por um Brasil Sustentável' por Dilma e Serra será um dos elementos do processo decisório do PV, mas não o único



Jair Stangler e Daiene Cardoso - O Estado de S.Paulo

A candidata derrotada do PV à Presidência, Marina Silva, apresentou ontem dez tópicos - subdivididos em 42 propostas ou exigências - do PV para negociar o apoio a Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) no segundo turno. O texto começa com uma exigência: não adotar nenhum mecanismo de cerceamento à mídia.

A adesão ao documento por Dilma e Serra será um dos elementos do processo decisório, mas não o único. A sigla pretende ouvir o Movimento Marina Silva e setores da sociedade civil. A direção nacional voltará a se reunir de novo na quarta-feira e no dia 17 fará uma convenção, quando será tomada decisão a favor de um candidato ou pela neutralidade.

Marina explicou que o documento, denominado Agenda por um Brasil Justo e Sustentável, sintetiza os itens que a coordenação da campanha considerou mais importantes em sua plataforma de governo. "Espero que seja uma contribuição generosa para este segundo turno."

Os dez itens são: transparência e ética; reforma eleitoral; educação para a sociedade do conhecimento; segurança pública; mudanças climáticas, energia e infraestrutura; seguridade social: saúde, assistência social e previdência; proteção dos biomas brasileiros; gasto público de custeio e reforma tributária; política externa, e, por fim, fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural.

Marina voltou a admitir que pode eventualmente ter posição divergente do partido sobre o rumo a ser tomado no segundo turno. "O que está previsto é que todos têm o direito de manifestar sua opinião", afirmou ela, durante coletiva, em São Paulo. Os dirigentes reconheceram que a unanimidade será difícil. "Seria um milagre se fosse por unanimidade", disse o vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis. Indagada se há militantes no PV ainda movidos por cargos, Marina foi enfática. "Você acha que existem lugares que são perfeitos?"

Fonte: O ESTADÃO



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Marina diz que cobrará posição de candidatos sobre Código Florestal



DAIENE CARDOSO - Agência Estado

"Noiva" mais cobiçada do segundo turno da sucessão presidencial, a senadora Marina Silva (PV-AC) sinalizou hoje, três dias após o primeiro turno, que não abrirá mão de pelo menos dois pontos para negociar um possível apoio a Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB): propostas concretas para melhorar a educação no País e a posição dos seus ex-adversários sobre a proposta do novo Código Florestal.

Em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje, em São Paulo, Marina disse que as discussões sobre um possível apoio no segundo turno serão baseados em propostas - já que nem Dilma nem Serra apresentaram uma plataforma de governo até agora - e rechaçou a possibilidade de negociação em torno de cargos. "É preciso traduzir isso (preocupação com educação e meio ambiente) não só em números e palavras de ordem", disse. "Não basta ser algo declaratório."

Segundo Marina, o PV - que vai preparar amanhã um documento com dez propostas que serão encaminhadas ao PT e ao PSDB - não tem a pretensão de que os candidatos assumam um compromisso com todas as suas propostas. "Vamos ver como é que os compromissos serão internalizados (nas plataformas de Dilma e Serra)", afirmou. Ela lamentou que a petista e o tucano não tenham se posicionado sobre o Código Florestal no primeiro turno. "O que foi um retrocesso, no meu entendimento."

Marina disse que, durante o debate interno sobre a posição do partido no segundo turno, o que tem prevalecido é a preocupação de como atender às expectativas e provar estar à altura dos 20 milhões de votos dados à candidatura verde. "O que pesa para mim é a responsabilidade", admitiu.

Ela destacou que neste momento o mais importante é entender o recado das urnas. "Há um recado sendo dado que precisa ser aprendido", disse, referindo-se à posição contrária de seus eleitores ao que vem chamando de "velha política" e à derrota dos senadores tucanos Tasso Jereissati (CE) e Arthur Virgílio (AM).

Para Marina, além de corresponder aos seus simpatizantes, o PV está tendo a oportunidade agora de falar aos mais de "100 milhões de eleitores". Ela evitou comentar às recentes declarações de Serra de que sempre defendeu a causa ambientalista. "A sociedade vai olhar para atitudes e posturas. Não posso julgar", desconversou.

''Coração sangrando''

Ao recordar sua saída do PT em "nome de seus valores" e comentar sua ligação pessoal com ex-colegas do partido, Marina segurou as lágrimas e se emocionou, admitindo que falava com o "coração sangrando". "O coração está tranquilo", disse, se recompondo em seguida. Ela reforçou que sua ligação com o PT não influirá na decisão que tomará nos próximos dias. "O que vai pesar para mim são os compromissos com a nova postura."

Marina voltou a admitir que poderá, ao final do processo de discussão interna no PV, discordar de seu partido. "Espero que eu possa convergir com o partido."

De acordo com ela, o processo eleitoral mostra que a sociedade amadureceu porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (detentor de 80% de aprovação popular) "não conseguiu fazer com que sua candidata fosse eleita no primeiro turno" e o segundo colocado só foi para o segundo turno graças aos eleitores do PV. "(O segundo turno) é uma bênção, é uma aprendizagem."

Ela lembrou que no sábado, um dia antes do primeiro turno, visitou cinco Estados e se esforçou ao máximo para chegar ao segundo turno. "Eu lutei até o final", comentou, em tom melancólico.

Fonte: O ESTADÃO

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Marina: "processo de apoio no 2º turno não será autoritário"



Marina Silva, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira em São Paulo
Foto: Reinaldo Marques/Redação Terra

Filippo Cecilio
Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

A senadora Marina Silva, que obteve 20 milhões de votos no primeiro turno das eleições presidenciais, afirmou nesta quarta-feira (6), em São Paulo, que o processo de escolha do candidato que o partido vai apoiar na disputa do segundo turno não será autoritário e há chance de a decisão dela ser divergente daquela tomada pela maioria.

"Obviamente, sempre há a possibilidade da diferença e da convergência. Neste momento, eu prefiro buscar o que for melhor para essa sinalização que recebemos das urnas. É uma segunda chance para todos nós. Uma leitura do que aconteceu. Quebramos o plebiscito, que deveria ter o debate e não o embate, inclusive no horário eleitoral", disse.

Marina disse que o processo do partido para a tomada de uma posição será transparente, democrática e baseada no programa de governo. "Não utilizaremos a velha prática de discutir cargos ou o que quer que seja nesse sentido.

Nesta quinta-feira (7), Marina se reúne com a comissão política nacional do partido, quando deverá receber um resumo daquilo que será apresentado à sociedade como plataformas que poderiam ser incluídas nos planos de governo daqueles que disputarão o segundo turno.

"Em um País como o nosso, não pode querer ser presidente quem não tem um programa. E nenhum dos candidatos que chegou ao segundo turno tem. Agora há uma segunda chance, que deve ser aproveitada. Vamos apresentar as nossas propostas e buscar um comprometimento de que elas poderão fazer parte desses projetos. A ideia é melhorar e aprofundar essas propostas".

Fonte: TERRA