sexta-feira, 10 de junho de 2011

Marina: saída de Palocci pode agravar diálogo político

A ex-senadora Marina Silva avaliou hoje que o governo da presidente Dilma Rousseff carece de mais diálogo com o Congresso Nacional e que, com a saída de Antonio Palocci da chefia da Casa Civil, o problema poderá se agravar. Em seminário sobre sustentabilidade, realizado hoje em São Paulo, Marina comparou a demissão de Palocci com a saída do então ministro José Dirceu do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Nós não tivemos um problema na liderança política porque o Lula é a liderança política. Neste caso, a presidente Dilma tem um perfil gerencial e a nova chefe da Casa Civil (Gleisi Hoffmann), também. Portanto, deve haver uma conexão urgente com a dimensão política", analisou a candidata derrotada do PV à Presidência da República em 2010.

Marina acredita que a saída de Palocci foi necessária em virtude do desdobramento da crise política deflagrada pelas denúncias de rápido enriquecimento do ex-ministro. Para ela, Palocci demorou a dar explicações. "Explicação pública é fundamental e isso (demora em se explicar) deu um prejuízo político, sim, para o governo", afirmou Marina, que espera investigações sobre a evolução patrimonial de Palocci mesmo após a saída dele do governo.

A ex-senadora revelou ainda que, no início da crise política, ela já avaliava que Dilma precisaria encontrar a sua própria Dilma. "Eu disse para alguns amigos que a presidente Dilma precisava encontrar a Dilma dela." Questionada se Gleisi pode ser essa pessoa, Marina desconversou. "É uma pergunta para você deixar no ar", respondeu a ex-presidenciável após alguns segundos pensando na resposta.

De acordo com Marina, Dilma precisa entrar na articulação política com o Congresso e ninguém pode fazer isso por ela, nem mesmo seu vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP). "Não se pode substituir o papel da presidente", justificou. A ex-senadora ressaltou que o diálogo com o Parlamento é importante para governabilidade. "A política é fundamental na mediação de conflitos e na busca de soluções."

Temer

Marina recomendou a Temer que, neste momento de crise, se inspire no ex-vice-presidente da República José Alencar, morto no fim de março. "Sem uma pessoa no governo como nosso vice José Alencar, que foi muito importante nos momentos de crise que o presidente Lula atravessou, fica difícil. Ele foi um ponto de equilíbrio. Espero que haja responsabilidade política para que o Brasil não tenha qualquer tipo de retrocesso."

Além de citar Alencar, Marina mencionou o ex-vice-presidente Marco Maciel como exemplo de alguém que cumpriu seu papel de vice. "Não vou ficar aqui dizendo a altura ou a profundidade das pessoas. Nosso saudoso vice-presidente (Alencar) deve ser a inspiração para qualquer vice. Estou dizendo que ele (Temer) pode se inspirar em José Alencar."

Fonte:R7 Notícias

Marina Silva diz que situação de Palocci era "insustentável"

Ex-senadora cobrou continuidade das investigações mesmo após demissão de ex-ministro

A ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira (7) que a situação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, estava "insustentável". Ele deixou o cargo hoje à tarde em meio a suspeitas sobre seu patrimônio pessoal.


- A situação estava insustentável. Quando começaram as denúncias, a primeira coisa que eu pensei foi 'a Dilma precisa encontrar a Dilma dela'.

Marina se referia ao fato de a presidente ter sido a ministra da Casa Civil durante o governo Lula. Dilma assumiu o cargo em 2005, após a queda de José Dirceu, pivô do escândalo do mensalão.

A presidente assumiu na época a mesma pasta em uma situação semelhante e cumpriu um papel junto ao presidente Lula.

A ex-senadora, que concorreu à Presidência da República no ano passado pelo PV, foi ministra do Meio Ambiente de Lula. Em sua passagem pelo governo, conviveu com Palocci, que foi ministro da Fazenda, e com Dilma, que antes de chefiar a Casa Civil era ministra de Minas e Energia.


A verde cobrou a continuidade das investigações sobre o ex-ministro mesmo após sua saída do governo.

- A demissão do ministro não deve ser para encerrar o assunto, e, sim para que seja tratado da forma mais adequada possível pelos órgãos de controle e pela sociedade.

A polêmica envolvendo Palocci teve início quando o jornal Folha de S.Paulo informou, em reportagem do dia 15 de maio, que seu patrimônio pessoal cresceu 20 vezes entre 2006 e 2010, quando ele foi deputado federal e prestou serviços de consultoria por meio de sua empresa, a Projeto.
Fonte:R7 Noticias