quarta-feira, 27 de abril de 2011

Marina descarta presidência do PV

FOLHA ONLINE
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Foto: Divulgação
Marina Silva

Em meio às articulacomando do PV, a ex-senadora Marina Silva descartou nesta segunda-feira disputar a presidência da sigla.

Apesar de liderar o movimento que tenta retirar José Luiz Penna da presidência do PV, Marina disse que não será candidata.

"Não pretendo. Desde sempre, falei que eu não estava disputando cargo. Se não, a gente faz o reducionismo no candidato a presidente. O que queremos é pensar o partido como um todo, em rede", afirmou.

Ao afirmar que não existe o "grupo da Marina" dentro do PV, a ex-presidenciável disse que seria desrespeito com outros nomes da legenda falar em sua liderança na sigla.

"O [Fernando] Gabeira, o [Alfredo] Sirkis, essas pessoas têm idéias próprias, provocaram esse movimento antes da minha filiação."

A ex-senadora vem percorrendo o país em reuniões para defender a reestruturação do PV, com mudanças que incluem a eleição interna na sigla para a escolha o seu comando.

No modelo atual, a coordenação nacional elege o grupo que preside as ações do PV. Marina luta contra a reeleição de Penna, mas nega que o movimento tenha como foco retirá-lo do cargo.

"O expediente da reeleição não seria mais, e isso não é só para o Penna, mas para todos os diretórios que estão aí."

Marina se reuniu nesta segunda-feira com dirigentes e militantes do PV em Brasília para defender o movimento de reestruturação do partido.

Cercada de aliados, disse que os 20 milhões de votos recebidos na campanha presidencial de 2010 não são um legado pessoal, mas do PV.

"O legado não pode ser apropriado por uma pessoa, por um grupo, mas por todos. Espero fazer esse debate de forma aberta, fraterna. Não somos os donos da verdade. O Gabeira e o Sirkis estão nesse movimento e nós estamos com eles. Cada Estado está aprofundando a sua nova forma de fazer política."

Em contrapartida ao movimento de Marina, aliados do presidente do PV iniciaram ofensiva para tentar sufocar o grupo da ex-presidenciável na disputa pelo comando do partido. Apesar do racha, a ex-senadora disse acreditar numa saída conciliatória para o PV.

"A gente não pode achar que tem cisão de medula e espinha. O que está sendo discutido agora é que espero que essas pessoas que dizem que são favoráveis [à reestruturação] traduzam isso na prática. E que a gente possa estruturar o partido em rede, com a contribuição dos diversos segmentos da sociedade."

domingo, 24 de abril de 2011

Milhões o cacife verde de Marina Silva



O tom dos discursos deste sábado na Assembléia Legislativa de São Paulo, dão o mote dos próximos passos dos Verdes no Brasil. Assumindo a tribuna no Auditório Franco Montoro em Sampa, o fundador do PV, deputado federal Alfredo Sirkis e ex-coordenador da campanha presidencial da ex-Senadora Marina Silva, em 2010, afirmou que o PV do qual foi um dos fundadores, ao lado de Gabeira, Carlos Minc, Domingos Fernandes e outros ambientalistas, não pode ter um califado com dirigentes se perpetuando no poder como o fazem os partidos tradicionais, com esquemas de compra de convencionais, aluguéis de ônibus e comitivas e ameaças a quem não se posicionar ao lado dos poderosos de plantão.


Sirkis conclamou o PV nacional a partir para uma refundação, agora que é um partido em desenvolvimento, desde que assumiu uma anti candidatura há 13 anos com 200 mil votos e agora com a votação recorde de Marina Silva na casa dos 20 milhões de brasileiros de todos os matizes concordando com as teses e propostas esboçadas pela acreana e seu vice Guilherme Leal, titular da Natura, envolvida com o meio ambiente.


Ricardo Young, titular da Ethos e ex-candidato ao Senado com 5 milhões de votos em São Paulo, chamou o PV para uma luta de novos tempos buscando as cidades sustentáveis ate 2050.


Fabio Feldman, outra liderança ambiental forte, falou da economia criativa e da luta dos Verdes pela não proliferação das usinas nucleares e questionando o pré-sal em São Paulo, além da proposta de comprometimento com energias renováveis.


Marina Silva emocionou a platéia com discurso de 20 minutos, onde afirmou que os Verdes não devem ter medo dos gigantes e não temer os Golias por que os Davids vão vencer mesmo com uma pequena funda e neste patamar é que os Verdes devem lançar candidatos a prefeitos e vereadores nas principais cidades do Brasil, comprometidos com sua bandeira sustentável neste momento de refundação e trocas de comandos regionais, estaduais e nacionais.


Por esta razão é que o ambientalista, advogado e jornalista ambiental Hércules Goes, santista de nascimento, ex-líder estudantil nos anos de chumbo da ditadura, em Santos, ex-vereador da cidade, comandante dos principais júris da cidade nos anos 80 ao lado do criminalista Jorge Burnier e com uma escala de 20 anos na Amazônia, onde conviveu com ambientalistas como Chico Mendes, Marina Silva,no Acre, Agenor de Carvalho em Rondônia, lideranças indígenas como Almir Suruí e outros ribeirinhos nas selvas amazônicas de Rondônia, Acre, Roraima, Amazonas, Pará e no Amapá, enfim na grande selva amazônica brasileira e internacional.


O ambientalista, que completou 20 anos de luta ambiental com seu Jornal e Revista Ecoturismo, autor de dois livros ambientais entre os quais a “Arqueologia da Amazônia Tridimensional”, lançado em março com o presidente Obama, em sua volta da Amazônia - a sua cidade de origem foi o mais votado dos Verdes em 2006 para deputado com 9000 votos conquistados.


Os verdes santistas têm que ter candidatura própria e não podem entrar na onda de cooptação com outros partidos, por que a cidade de Santos, capital mundial do futebol e do pré-sal precisa dos verdes para os novos tempos após os bons governos de Mansur e Papa que fizeram boas ações e mais que não tiveram o compromisso central na sustentabilidade, tema central do PV em todo o mundo onde acaba de derrotar Ângela Merckel com seu discurso contra as Usinas Nucleares


O PV santista deve intervir nos rumos das novas arquiteturas e construções sustentáveis na cidade, com o aumento e movimentação do porto santista com o pré-sal e seu crescimento geométrico, com a possibilidade da cidade ser sub sede da Copa do Mundo enfim no ano de 2012 onde o SFC, clube do coração do advogado completa, 100 anos e precisa se posicionar como marca e compromisso futebolístico e sustentável como toda a Copa Verde de 2014.


Como Bill Clinton, homem do planeta, como Marina Silva, mulher comprometida com o meio ambiente do planeta, o PV de Santos não pode se acovardar e tem obrigação de ter candidatura própria à prefeitura da cidade e nomes como Decio Clemente, Hércules Góes entre outros, comprometidos com as principais bandeiras estatutárias do PV, já são apontados como inevitáveis pré-candidatos ao Palácio José Bonifácio, sem conchavos e sem entregar a legenda como aluguel como aconteceu em outras eleições.


Os Verdes internacionais como os alemães, franceses e outros ambientalistas, não permitirão que os Verdes santistas deixem de colocar candidatura com chances reais de concorrer e ganhar a prefeitura da cidade como já está em Ribeirão Pires, Jaú, Pederneiras, Mogi Guaçu e outros centros importantes de São Paulo.

Marina Silva deve comandar do alto de seus 20 milhões de votos, este novo processo de refundação dos Verdes e eleições em todos os municípios e em Santos, capital nacional do futebol e do pré-sal os novos tempos verdes do Brasil.


Autor: Ana Joppert assessora de imprensa do pré-candidat
Fonte: O NORTÃO

quinta-feira, 21 de abril de 2011

No Ceará, Marina cobra democracia interna

Fortaleza foi a 4ª capital, depois de São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, a receber a presidenciável, que percorre o país pedindo reforma do partido. Hoje ela estará em Belo Horizonte
Marina veio ao Ceará defender mudanças no Partido Verde (Foto: JORGE ALVES, ESPECIAL PARA O POVO )



Cercada por lideranças locais do Partido Verde, a ex-senadora Marina Silva (PV), terceira colocada nas eleições presidenciais de 2010, cobrou a reestruturação da sigla da qual faz parte desde 2009, quando seu nome já era cogitado para a corrida eleitoral. Ela cobra da executiva nacional do partido a renovação das lideranças, mudanças programáticas, além das eleições diretas para os dirigentes da legenda.

Marina esteve em Fortaleza, no último sábado, 16, participando do seminário “Que nova forma de fazer política é essa?”, no auditório da Câmara Municipal de Fortaleza. O evento faz parte da programação do Movimento Transição Democrática, formado por dissidentes da cúpula do poder do partido e que pedem mudanças no estatuto da sigla. O presidente nacional do partido, José Luiz Penna, por exemplo, ocupa o cargo desde 1999.


A ex-senadora disse que só entrou no partido porque tais resoluções haviam sido aprovadas e estavam nos planos da sigla. Agora, Marina quer que o PV as cumpra. “Essas questões já haviam sido aprovadas antes de eu entrar”, garantiu, descartando qualquer pretensão de presidir a sigla.


Ela comparou o PV com o PT, partido ao qual foi filiada por 24 anos, inclusive tendo sido ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula, de 2003 a 2008. Disse que tentou incluir na pauta petista os temas que envolviam a sustentabilidade no país, mas que não obteve êxito. “Lamentavelmente, eu nunca consegui que as pessoas entendessem isso”, disse, referindo-se aos militantes do partido da presidente Dilma Rousseff.


No PV, no entanto, Marina ressaltou que tal mudança no programa verde havia sido garantida quando foi convidada a ingressar na sigla. “Não entrei para ser candidata, mas porque o partido garantiu discutir as questões referentes à sustentabilidade”, afirmou. Questiona se deixaria o PV caso as mudanças almejadas não se concretizem, Marina esbanjou confiança: “ O partido não vai continuar do jeito que está”.

A ausência de Marcelo

A líder do PV destacou, ainda, a ausência do presidente da sigla no Ceará há 12 anos, Marcelo Silva, que não compareceu ao evento por não considerar legítimo o movimento. “Tenho uma relação de amizade com o Marcelo. Não estou aqui comprando briga. Gostaria que ele estivesse aqui, mas nós vamos nos encontrar em alguns dias, na reunião da Executiva Nacional”, disse Marina.

Marcela Belchior
marcelabelchior@opovo.com.br
Fonte: O POVO online

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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Marina diz que PV busca a sociedade como um todo, não apenas 'nova classe média

Lembrando a campanha presidencial de 2010, Marina reiterou a crença de que a sociedade está 'enfastiada' da política do confronto

Eduardo Kattah, de O Estado de S. Paulo

A ex-senadora Marina Silva disse nesta terça-feira, 19, em Belo Horizonte, que o PV pretende continuar falando para a sociedade brasileira como um todo, sem entrar na discussão entre governistas e oposicionistas sobre a tática eleitoral para conquistar a "nova classe média".

Lembrando sua pregação durante a campanha presidencial, Marina reiterou a crença de que a sociedade está "enfastiada" da política do confronto e sugeriu que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva - que protagonizam o recente debate - contribuam para o amadurecimento das instituições no País.

Tatiana Ujacow integra movimento de Marina Silva por democracia no PV

Vinícius Squinelo

Alessandra de Souza

Tatiana quer Marina em MS para reforçar movimento
por mais democracia no PV

A professora e advogada Tatiana Ujacow (PV), candidata a vice-governadora nas últimas eleições pela aliança das esquerdas em Mato Grosso do Sul, representa no estado o movimento nacional pela democratização do Partido Verde, liderado por Marina Silva. Segundo ela, a intenção do projeto é abrir mais espaços dentro da sigla.

“Queremos evoluir em um processo contínuo de abertura política e democratização dentro do próprio PV, é um movimento nacional que estamos realizando em Mato Grosso do Sul”, afirmou Tatiana.

Segundo a advogada, Marina Silva deve vir para MS reforçar a campanha pela democratização da sigla. “Ainda não temos uma data para a vinda da Marina ao estado, mas vamos conseguir um espaço na agenda com ela”, comentou tatiana.

Sobre os convites que recebeu de outras legendas, Tatiana diz que se sente feliz no partido e que vai esperar o “caminhar dentro do partido” para decidir o futuro político. “Tenho minha parcela de contribuição para dar ao Estado, vou esperar e decidir onde atuar”, comentou Tatiana, que confirmou ter recebido convites de outros partidos.

Fonte: Midiamaxnews

domingo, 17 de abril de 2011

Briga de Marina Silva no PV mostra quanto país perderia com a instituição voto em lista fechada

Proposta aprovada pela comissão do Senado causaria mais problemas em partidos em que não há escolhas tão democráticas

Adriana Caitano

David Fleischer, cientista político da UnB: "Com o voto em lista fechada, pode demorar três eleições ou mais para o entulho autoritário dos partidos ser retirado". (Daiane Souza / UnB Agência)


A disputa interna do Partido Verde (PV), que colocou em lados opostos a ex-senadora Marina Silva e o presidente nacional da legenda, José Luiz Penna, é um exemplo de que, se estivesse em vigor no Brasil, o sistema de lista fechada na votação de cargos proporcionais aumentaria a distância entre os eleitores e os caciques partidários. A proposta, aprovada pela comissão especial sobre reforma eleitoral do Senado, obrigaria o cidadão a passar uma procuração para os partidos escolherem quem merece mais os votos recebidos. No caso do PV, ainda que Marina tenha conseguido em 2010 a maior votação da história da legenda, ela não conseguiria ter voz na definição da lista.

Durante as eleições de 2010, muitos candidatos a deputado federal pelo PV em São Paulo já reclamavam da distribuição de espaços na campanha. Como o partido tinha pouco tempo na TV, apenas alguns candidatos, entre eles o próprio presidente nacional, apareciam. O problema é um sintoma de que, com o poder de organizar uma lista com os principais aspirantes a deputado em ordem prioritária, o comandante do partido poderia utilizar critérios particulares, deixando de lado, por exemplo, aliados da personagem mais popular da legenda - Marina Silva.

Em entrevista ao site de VEJA na última semana, o sociólogo e ex-deputado federal Arnaldo Madeira criticou a ideia de lista fechada. “A relação entre representante e representado fica mais distante ainda. O deputado não vai precisar pajear o eleitor, mas a direção do partido, para estar numa boa posição na lista”, argumentou.

Pontos de vista - Quem defende a lista fechada, como o PT e o DEM, afirma que ela fortaleceria o sistema partidário, ao mesmo tempo em que atuaria como uma seleção natural, eliminando as legendas que são regidas de forma antidemocrática - uma espécie de entulho autoritário. Ou seja, com o tempo, o próprio eleitor deixaria de votar nos partidos cuja lista foi feita sem a participação de seus filiados. “Eles vão acabar desaparecendo mesmo, mas pode demorar até três eleições ou mais para esse entulho autoritário ser retirado”, ressalta o cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB).

O deputado federal e presidente do PV do Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, aponta uma possível solução para evitar o jogo de interesses na escolha da lista. “Deve fazer parte da reforma eleitoral uma regra clara obrigando os partidos a fazerem eleições primárias ou convenções democráticas para definir a ordem dos candidatos”, defende. As escolhas internas sem a participação de todos os filiados são exatamente o ponto criticado pelo grupo Transição Democrática do PV, do qual Marina Silva e o Sirkis fazem parte. E a discussão não parece muito próxima de ter um fim.

Discordância - Apesar de as alternativas para o novo modelo da eleição de deputados e vereadores dividir os partidos, todos começam a concordar que dificilmente haverá consenso no Congresso Nacional para a votação da reforma eleitoral. “O problema da reforma política é que todo mundo acha que é necessária a mudança, mas ninguém tem um modelo ideal. Não existe um sistema perfeito, todos têm vantagens e desvantagens”, lembra Antônio Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Por causa dessa indefinição, quem defendia um modelo puro – o distrital, em que o país é dividido em distritos com candidatos locais, o de lista fechada ou o “distritão”, no qual são eleitos os mais votados no Estado – tem aceitado a ideia do distrital misto. De acordo com a proposta, os eleitores votariam em dois deputados, um estaria na lista organizada pelos partidos e outro representaria o distrito.

O vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Mendes Ribeiro Filho (RS) defende, em nome do partido, o distritão, mas diz preferir um modelo que seja viável e agrade, pelo menos em parte, a todos os lados, como o distrital misto. “Estamos buscando uma forma de encontrar um sistema que permita o fortalecimento do partido, mas que também marque a escolha dos eleitores”, comenta.

Para o ex-deputado federal Arnaldo Madeira, o modelo do voto distrital puro é viável, o mais simples de entender e o menos sujeito à corrupção, além de reduzir os custos de campanha. “O eleitor vai começar a pensar no político como seu representante. Depois de conquistado o mandato, a população pode cobrar cada decisão que ele tomar em Brasília. Ele terá sempre de voltar para sua base”, observa.

Próximos passos - No Senado, o relatório da comissão da reforma eleitoral já foi entregue à mesa diretora, mas as propostas nele contidas deverão ser transformados em projeto de lei até o dia 20 de maio. Em seguida, a discussão chega à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois vai para a votação no plenário. Após aprovados no Congresso, os itens da reforma eleitoral ainda serão submetidos à opinião dos eleitores, por meio de um referendo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Grupo de Marina volta a desafiar comando do PV


Alas rivais na sigla promovem encontros concomitantes; marineiros rejeitam mudar de partido e condenam alianças 'incoerentes'

Matheus Pichonelli, iG São Paulo

A queda de braço entre o grupo de Marina Silva e a direção nacional do Partido Verde tem mais um capítulo neste sábado com a realização, no mesmo horário e cidade, de encontros organizados para medir força entre as alas rivais da legenda. Os dois encontros estão marcados para as 14h.

De um lado, a ex-senadora fará um evento público com lideranças na Assembeia Legislativa de São Paulo para, mais uma vez, defender mudanças internas no partido, presidida pelo vereador José Luiz Penna desde 1999. Penna, por sua vez, estará do outro lado da cidade, no Tatuapé, à frente de um evento denominado “Festa da Democracia”, para proclamar os representantes – “democraticamente eleitos”, como definido no convite – da executiva municipal. É uma resposta aos apelos por “abertura” feitos pelos marineiros desde que Penna obteve mais um ano de mandato à frente da legenda, no mês passado.

A atitude provocou revolta no grupo de Marina, autonomeado Movimento Transição Democrática e integrado por nomes como Alfredo Sirkis e Fernando Gabeira. Nos bastidores, foi aventada a possibilidade de os marineiros deixarem a legenda e fundarem um novo partido – atitude considerada complicada em razão do nome Partido Verde, visto por eles uma espécie de “bandeira mundial” com similares em outros países, como a Alemanha.



Foto: Agência Estado

Passada a campanha, Penna e Marina agora se enfrentam dentro do PV

Capitalizado pelos quase 20 milhões de votos que forçaram o segundo turno na última campanha presidencial, o grupo ampliou e tornou públicas as pressões por mudanças internas que faltamente refletirão no arco de alianças esboçado até o momento para 2012. Isso porque, pouco mais de um ano das eleições municipais, apoiadores da ex-presidenciável já planejam lançar candidato em todas as capitais do País.

Para isso, defendem a unificação de um discurso para evitar alianças consideradas “incoerentes” em Estados como Amazonas, coração na floresta amazônica e onde o partido não se empenhou na campanha de Marina, e Mato Grosso, celeiro do agronegócio. Rondônia e Paraíba também são apontados pelos marineiros como Estados “problemáticos”.

O objetivo é evitar que, em 2012, o partido flerte com grupos de lideranças locais como Amazonino Mendes (AM), o prefeito que disse desejar a morte de uma moradora de área de risco em Manaus, e Ivo Cassol (RO), ex-governador ligado a madeireiros e considerado inimigo político de Marina Silva na região. Em Mato Grosso, a crítica da ala ligada à ex-senadora é que o PV local privilegia figuras “secundárias” em detrimento de lideranças ambientalistas que, segundo grupo da Marina, teriam mais peso político. Em outros Estados, a preocupação dos marineiros é que o partido figure apenas como coadjuvante de disputas em torno da órbita PT x PSDB locais.

Para que isso não aconteça, o grupo considera fundamental a promoção de mudanças no estatuto do partido, redigido há cerca de 25 anos, e que prevê que os dirigentes dos Estados sejam escolhidos pela direção nacional e as municipais, por sua vez, pelas lideranças estaduais. Os marineiros exigem que os filiados à legenda tenham direito a voto. “Até hoje é um modelo provisório. É uma estrutura do século 19 em pleno século 20”, afirma Maurício Brusadin, presidente do PV em São Paulo. “O estatuto é anterior à Queda do Muro de Berlim”, ironiza.

O argumento é que o partido precisa atrair novos filiados e lideranças para ganhar musculatura para as eleições de 2012 e 2014 – quando Marina pretende se consolidar como a “terceira via” de uma eventual sucessão presidencial. “Se essa geração que está acostumada a tomar decisões e participar de debates pela internet sentir que pode ser tutelada dentro do partido, que não podem opinar, não vão ver sentido em participar da vida partidária”, diz Brusadin.

Para reunir apoio, o grupo deu início a caravanas pelos Estados, onde são realizados encontros com lideranças, políticos eleitos e filiados. A “caravana” já passou por Vitória (ES) e pela capital paulista. Os próximos encontros devem acontecer no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).

Segundo os marineiros, as mudanças exigidas pelo grupo não preveem, por exemplo, alteração nas posições do partido em relação a temas como liberação da maconha e direito ao aborto – questões delicadas para Marina Silva, que é evangélica.

São Paulo

Em São Paulo, onde o partido dá apoio ao prefeito Gilberto Kassab e ao governador Geraldo Alckmin – sem necessariamente fazer oposição à presidenta Dilma Rousseff – ainda não há definições sobre se o partido terá candidato próprio. A situação ainda será avaliada pelos partidários. Hoje, a sigla ocupa a Secretaria do Verde no município e a secretaria de Saneamento no Estado.

As alianças em São Paulo, segundo Brusadin, não estão descartadas, desde que o projeto do partido seja levado em conta. O ideal, diz, é que o partido o maior número possível de pessoas “vocalizando” discursos para poder ocupar tempo de TV e nos debates. O grupo de Marina avalia que, com a exposição obtida na última eleição, o PV consiga multiplicar por cinco o número de prefeitos eleitos pelo País – hoje são pouco mais de 70. Procurado, o presidente do PV não atendeu os telefonemas feitos na tarde de sexta-feira.

Fonte: Ultimo Segundo

terça-feira, 12 de abril de 2011

Em crise com PV, Marina prega candidatura avulsa

Ex-senadora vê dificuldade de atrair bons quadros para partidos que, segundo ela, se preocupam só em ganhar eleições, sem discutir propostas


Roldão Arruda, de O Estado de S.Paulo

SÃO PAULO - Em meio à crise que enfrenta em seu partido, o PV, a ex-senadora Marina Silva (AC) decidiu retomar a bandeira das candidaturas avulsas, em todas as instâncias do poder, da vereança à Presidência da República. Nos encontros com militantes do PV descontentes com a atual direção partidária, que adiou para 2012 as eleições internas previstas para este ano, ela tem mencionado que a reforma política deveria acabar com a exclusividade de candidaturas pelos partidos.

Foi o que ocorreu no sábado em São Paulo, durante um discurso sobre os problemas que enfrenta com a direção do PV, no poder há 12 anos. Disse que está cada vez mais difícil atrair bons quadros para os partidos que existem hoje, uma vez que seus dirigentes se preocupam apenas em ganhar eleições, em vez de discutir propostas políticas para o País.

Em entrevista à imprensa, Marina disse que graças à sua militância suprapartidária, como ambientalista, conhece diferentes segmentos da sociedade e bons analistas da realidade brasileira, capazes de dar boas contribuições à política. Muitos deles, porém, "não querem saber de partido, por causa de toda a degradação que foi acontecendo no sistema político".

A candidatura avulsa, segundo Marina, abriria uma alternativa de contribuição para essas pessoas. "Se a proposta for aprovada na reforma política, ela vai contribuir para o processo democrático, trazer sangue novo, oxigenar a política brasileira."


Diretório municipal adota neutralidade

Cleber Lazo
Da Reportagem Local

O diretório municipal do Partido Verde (PV) adotou a neutralidade na disputa entre o bloco favorável à ex-senadora Marina Silva com o grupo que apoia o atual presidente da legenda, o deputado federal José Luiz Penna.
A discussão começou porque o parlamentar decidiu estender o próprio mandato por mais um ano, até que novas regras da convenção nacional sejam definidas e adotadas. O posicionamento não foi bem visto pelos "marinistas", como são conhecidos os verdes da base aliada da candidata à presidência da República nas eleições de 2010. Eles acreditam que a medida foi tomada de forma unilateral.

Integrantes da base do atual presidente chegaram a afirmar que, caso a postura dos pró-Marina não mude, ela poderia sofrer um processo de expulsão.
O presidente do PV em Mogi das Cruzes, o ouvidor municipal Romildo Campello, avaliou como "saudável" a discussão política, "porque mostra que o partido está vivo". No entanto, ele acredita que o prolongamento da disputa poderá causar instabilidade política.

Campello se esquivou quando questionado sobre que lado iria apoiar. "Fiz campanha para ambos aqui na cidade e neste momento estou mais focado em definir a chapa de pré-candidatos a vereador", frisou.
Fonte: Mogi News

domingo, 10 de abril de 2011

Eventos do PV acirram crise interna na sigla

O PV acirrou ainda mais o racha interno ontem com a realização de dois eventos ao mesmo tempo e horário na Capital. Um deles, ocorrido na Assembleia Legislativa de São Paulo foi comandado pela ex-senadora Marina Silva e teve a participação de lideranças da sigla que integram o Movimento Transição Democrática. O grupo de Marina tem medido forças com o presidente da legenda desde 1999, José Luiz Penna. Segundo a assessoria de imprensa da Marina, cerca de 600 pessoas participaram do ato, entre militantes e simpatizantes do movimento. Já no Tatuapé, Penna esteve à frente do evento Festa da Democracia, com o intuito de proclamar os representantes da executiva municipal.

Em seu discurso, Marina ressaltou o compromisso acertado com as lideranças do PV quando de seu ingresso na legenda, em 2009, de que o partido passaria por um amplo processo de democratização. Para a ex-presidenciável, esse acordo foi rompido no momento em que a direção nacional executiva do partido estendeu por mais um ano o mandato de Penna.

O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi, participou do ato liderado por Marina e disse que ficou sabendo do evento no Tatuapé quando já estava na Assembleia. Volpi descartou divisão interna e ponderou que não iria a evento no qual o mote fosse escolher quem sai do partido. "A discussão é a abertura do PV. Está havendo confusão. O Penna está na presidência há 12 anos e deve ser respeitado." O chefe do Executivo disse que a meta é que a nominata seja substituída pela eleição. "Não importa quem seja o presidente. Se Penna for eleito qual é o problema?."

Mateus Prado, filiado ao PV há uma semana, teve sua ficha abonada por Marina ontem. O verde declarou que o clima do evento era "de ninguém arredar pé do PV", uma vez que a possibilidade da formação de novo partido para os marineiros tenha sido levantada.

O presidente do PV de São Caetano Juan Munhoz afirmou que o diretório aguarda consenso entre os grupos e admite que até as tarefas cotidianas estão "bem confusas. Recebemos o convite para a Alesp e não sabia para quem responder. Estamos sem norte."

Mauricio Brusadin, presidente estadual do PV, esteve numa reunião com Marina, em Brasília, na quarta-feira e admitiu. "Estamos num momento de crise interna." O verde explicou que "o momento é difícil dentro do PV. Procuramos ser alternativa para o meio político e ela é a nossa alternativa. O PV tem que se preparar para 2014."

Vera Motta, secretária de assuntos jurídicos da executiva nacional do PV avalia que a vinda da Marina foi positiva para ambos. "A questão dela é que o PV não pode ser o que ela quer. Ouvi que a Marina casou com o PV sem namorar antes. E não adianta, casamento sem namoro, você não pega os costumes. Quero deixar claro que estamos cumprindo normas institucionais do PV. Nossa essência será mantida e ela vai se adequar."


Fonte: DIÁRIO DO GRANDE ABC


sábado, 9 de abril de 2011

Sirkis: Direção do PV tem práticas extintas no Oriente Médio

Portal Terra

Depois de Democratas e PSDB, o PV expõe sua fragmentação após o rescaldo das eleições de 2010.

- É o confronto de duas concepções de partido, em que os campos estão claramente definidos. De um lado, está o (José Luiz) Penna e o Zequinha Sarney; do outro lado, está a Marina (Silva), com seus 20 milhões de votos, e históricos do PV: eu, o (Fernando) Gabeira, a Aspásia Camargo, o Sergio Xavier, o (Maurício) Brusadin... - afirma o deputado federal Alfredo Sirkis.

Fundador do partido e ex-presidente do diretório do Rio de Janeiro, ele comenta a divisão: "Não são propriamente grupos. Há pessoas que encarnam o eleitorado do PV em seu ideário histórico. E tem pessoas que buscam o controle cartorial".


José Luiz Penna, Marina Silva e Alfredo Sirkis, antes da cisão verde

Insistindo na necessidade de democratizar o PV, Sirkis ataca a direção da sigla. "Achamos que tem havido uma movimentação do Penna no sentido de garantir praticamente a presidência vitalícia, o que é absolutamente incompatível com o ideário de qualquer partido verde", afirma, defendendo o limite de reeleições dos dirigentes da legenda e sugerindo mandato de dois anos.

- Depois do período eleitoral, as coisas se acirram porque é um ano de reorganização partidária, e a primeira coisa que eles fizeram foi adiar a convenção para o ano que vem, garantindo mais um ano. É uma coisa que nem no Oriente Médio se pratica mais - critica Sirkis.

"Piores práticas"

Ao citar a repetição de "inúmeros pequenos incidentes", o parlamentar reclama que seus opositores dentro do partido tentam "criar a insegurança em várias regiões em relação à questão estadual, com manobras cartoriais, que são, de fato, as piores práticas da política brasileira".

- Achamos que o partido tem que ser democratizado, tem que haver uma participação maior da base, que o partido de 2011 não é mais o de 2009, porque houve uma campanha presidencial com 20 milhões de votos. É absolutamente impressionante que haja pessoas que queiram até a saída da Marina do partido. Pessoas ligadas ao Penna começaram um movimento chamado "Vai, Marina" - diz Sirkis.

As feridas das eleições de 2010 ainda estão abertas. "Havia uma tensão na época. Em alguns Estados, os dirigentes não fizeram a campanha da Marina, foi a base que fez, caso do Amazonas, do Mato Grosso, de Rondônia. Em razão de suas alianças com políticos tradicionais da região, praticamente boicotaram a campanha", queixa-se o deputado verde.

Ele anuncia as providências mais explícitas da sua ala: "Estamos fazendo um processo interno, procurando recolocar a questão na (direção) executiva, no conselho, na convenção. Pretendemos realmente travar uma luta em nome dessas ideias e da transição democrática. A Marina tem percorrido o Brasil, defendendo essas teses".

Tags: Médio, Oriente, PV, sirkis

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Direção do PV lança ofensiva contra grupo de Marina Silva

Escrito por Folha Online

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Aliados do presidente do PV, José Luiz Penna, iniciaram ofensiva para tentar sufocar o grupo da ex-presidenciável Marina Silva na disputa pelo comando do partido.

Os "pennistas" querem esvaziar a rebelião liderada pela ex-senadora e ameaçam punir Marina e o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) pelos ataques ao dirigente, que preside a sigla desde 1999.

Grupo de Marina Silva rebate ironia de presidente do PV
Na internet, Penna ironiza novatos no PV
Marina volta a criticar dirigentes do PV

Em manifesto na internet, apoiadores de Penna defendem a instalação de uma comissão de ética para enquadrar os dois por desobediência e atitude contra a "boa imagem partidária".

O texto é assinado por Betânia Advíncola, secretária de organização do PV em Pernambuco, mas tem sido divulgado em redes sociais por Patrícia Penna, mulher do presidente da legenda.

"Reconhecemos a força de Marina, mas o partido é maior do que ela. Não podemos ficar reféns de ameaças", disse Advíncola, referindo-se à possibilidade de a ex-senadora deixar a sigla.

"Penna não assinou porque ia parecer personalismo. Seria desagradável para ele pedir uma punição porque o chamaram de ditador."

Em outra frente, o diretório do PV na capital paulista convocou reunião no sábado no mesmo horário de um ato marcado pelos "marineiros".

GUERRA CARTORIAL

Para Sirkis, a iniciativa tem como objetivo esvaziar a reunião do grupo.

"É uma tentativa truculenta de impedir o debate no partido. Penna quer liderar uma guerra cartorial contra a democratização do PV", disse o deputado.

Marina programou uma série de viagens pelo país para tentar mobilizar as bases do partido contra Penna. Ela tenta reverter a vantagem do dirigente na Executiva Nacional, que prorrogou seu mandato por mais um ano.

Depois da reunião em São Paulo, ela programou ato no Rio, no domingo, e em Salvador, na próxima semana.

Fonte: Jornal do dia