terça-feira, 1 de junho de 2010

Marina critica 'inchaço' da máquina pública e cobra controle de gastos públicos

SÃO PAULO - A pré-candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, criticou o "inchaço" da máquina pública no governo em entrevista a internautas e jornalistas do portal UOL nesta terça-feira. Segundo ela, é preciso "enxugar a máquina" e conter a corrupção.
- Por que a gente não pensa em conter o drenamento da corrupção, para enxugar a máquina? A máquina é inchada, sim. O Estado brasileiro precisa ser aperfeiçoado, principalmente no seu inchamento, no seu aparelhamento - afirmou Marina.
A senadora cobrou também o controle de gastos públicos.
- O bom senso nos diz que devemos ter claro primeiro que ninguém quer inflação. Controle é fundamental. A crítica é que isso não se contém só com alta de juros, e sim com controle de gastos públicos - afirmou Marina, para quem a autonomia do Banco Central é boa, mas não precisa ser institucionalizada, "escrita na lei".
Marina cobrou a reforma tributária, sem a qual, na opinião dela, seria impossível modificar os impostos. Ela também falou sobre petróleo e disse que esta é uma fonte de riqueza importante, mas que a renda que ele gera deve ser usada em pesquisa e na área social.
- A renda do petróleo deve ser usada em programas sociais e em pesquisa tecnológica forte para criar meios que levarão à substituição do petróleo - afirma a pré-candidata do PV.
Sobre os royalties do pré-sal, Marina disse que é preciso redistribuir as riquezas a todo o país, mas que esta discussão deve ficar para depois das eleições.
Respondendo uma pergunta do empresário Eike Batista, que questionou se a pré-candidata seria a favor de uma matriz energética baseada na exportação do petróleo e no consumo interno de etanol, Marina disse que é preciso se preocupar com o mundo todo.
- Será que é possível criar uma bolha verde para o Brasil e proteger o país de uma bolha de CO² lá de fora?. Eu não sou cientista, mas é a primeira vez que eu vejo um conceito tão esdrúxulo de verde. As emissões afetam o mundo inteiro, aonde quer que elas aconteçam, e mesmo que nós pudéssemos nos proteger, eu estaria muito preocupada com as outras pessoas do planeta - criticou.
Falando sobre política externa, a pré-candidata do PV disse que há uma "área cinzenta" nesta questão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Em certos momentos houve relativização desses princípios (de direitos humanos). O Brasil passou a ter um olhar para outras regiões do mundo e que não é por interesse comercial, mas sim uma relação fraterna com outros povos, principalmente a África. Isso é bom. Mas no governo Lula isso criou uma zona cinzenta - disse.
Ainda sobre relações internacionais, Marina afirmou que é preciso ajudar Cuba a trabalhar politicamente contra o bloqueio econômico, mas ao mesmo tempo lutando pela democracia no país. E disse torcer pelo acordo entre Brasil, Irã e Turquia sobre urânio, mas fez uma ressalva.
- O Irã tem uma cultura de protelar e tem uma série de problemas com os direitos humanos.
FONTE: O GLOBO

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