sexta-feira, 23 de julho de 2010

DiscursoDurante viagem para encontrar investidores, Marina Silva, candidata do PV, fala sobre economia, educação e política externa

Fernanda Godoy, correspondente

NOVA YORK - A candidata do PV a presidente da República, Marina Silva, iniciou nesta quarta-feira dois dias de diálogo com investidores americanos em Nova York, tentando firmar uma imagem de líder capaz de dar respostas para os problemas do país muito além da área ambiental, pela qual ganhou prestígio internacional. Em almoço com cerca de 30 empresários, banqueiros e executivos, organizado pela Americas Society e pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, na sede do Council of the Americas, Marina falou sobre investimentos em infra-estrutura e educação, sobre agenda comercial bilateral e sobre a política externa brasileira.
A candidata verde fez questão de se diferenciar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta questão, afirmando que em seu eventual governo a política externa seria orientada pela afirmação dos valores fundamentais da democracia, da liberdade e dos direitos humanos. Questionada por repórteres se seria a favor de sanções comerciais ao Irã, no entanto, a senadora disse que acredita que esse modo de punição é contraproducente.
- Não sou favorável a sanções. O único caso em que elas funcionaram foi na África do Sul, contra o regime do apartheid. Os bloqueios acabam exacerbando situações e não favorecem o diálogo - disse Marina, que incluiu em sua agenda a defesa da suspensão do bloqueio comercial americano a Cuba.
O vice-presidente do PV, Alfredo Sirkis, que acompanha Marina, disse que ela não daria uma camisa da seleção brasileira a Ahmadinejad, como fez Lula, porque em política conta muito o "body language". Verde inaugura primeira Casa de Marina no exterior
Na conversa com executivos da Standard & Poor´s, da American Airlines, dos bancos Safra e HSBC, entre outros, Marina reafirmou seu compromisso com a manutenção da política macroeconômica que vem sendo seguida "nos últimos 16 anos", com câmbio flutuante, metas de inflação e autonomia operacional para o Banco Central.
Após o encontro, a candidata foi até o Brooklyn, onde inaugurou a primeira Casa de Marina (comitê eleitoral doméstico) na residência do cineasta Yry Goulart. Nova York é o maior colégio eleitoral fora do Brasil, com 21.076 eleitores inscritos para votar em outubro, entre os mais de 300 mil brasileiros que, segundo estimativas do Consulado, vivem na região. Sempre acompanhada de Sirkis, do candidato a vice, Guilherme Leal, e do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, Marina se disse à vontade no calor de quase 40 graus do verão nova-iorquino:
- Está parecido com o Acre - afirmou, antes de retornar a Manhattan para visitar a redação do "Wall Street Journal".
Nesta quinta-feira a candidata faz palestra para investidores do mercado financeiro, em evento promovido pela BMF com os candidatos a presidente.
O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos coordenadores do programa de governo da candidata do PV, disse que o BNDES está seguindo um caminho perigoso ao financiar por meio de emissão de papéis. Para ele, falta transparência e há problemas de alocação de títulos de curto prazo para financiamentos de longo prazo.
- Não achamos que este seja o melhor caminho. É possível obter financiamento no mercado de capitais, e as empresas de grande porte têm facilidade de acesso a crédito externo. Esse tipo de mecanismo tem que ser usado em volume prudente e com transparência.
Giannetti fará palestra para investidores nesta quinta-feira na Câmara de Comércio.
Fonte: O GLOBO

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