quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Marina critica omissão do Estado no combate aos estragos da chuva

Valor Online

SÃO PAULO - Fora do Senado desde o final ano passado, Marina Silva (PV-AC) criticou hoje, por meio de seu blog, o descaso e a omissão do Estado brasileiro no combate aos estragos provocados pelas chuvas. Segundo ela, 7,8 milhões de pessoas em 1.211 municípios foram atingidas em 2010. Os números do ano passado, acrescentou ela, revelam ainda 473 mortes e mais de 100 mil desabrigados.

"Tenho dito que os eventos são naturais, mas a exposição de pessoas, principalmente a população mais pobre, a esses eventos é fruto da omissão do Estado brasileiro. Sabemos que o aquecimento do clima provoca eventos extremos com mais intensidade e mais freqüência", disse Marina após ressaltar que, entre 2007 e 2009, a população afetada dobrou de 2,5 milhões, para 5,5 milhões.

Ela observou que o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, lançado em 2008, registrou pequenos avanços, sobretudo porque dedica pouca atenção ao Mapa das Vulnerabilidades, que propõe a construção de obras preventivas, como "piscinões", e a proteção de encostas, além da remoção das casas em áreas de risco.

"A estruturação de um Sistema Nacional de Defesa Civil também é incipiente, sem uma carreira definida para seus agentes e com previsão da reativação do Fundo Nacional ainda pouco clara. Ainda estamos na situação de direcionar muito mais recursos para a recuperação de danos do que a prevenção", complementou.

No ano passado, segundo ela, foram destinados R$ 1,84 bilhões para tratar de ocorrências após os desastres ambientais e R$ 128 milhões para evitar que eles acontecessem. Marina acredita que frente aos primeiros sinais de agravamento da situação, a presidente Dilma Rousseff deveria convocar os ministros para articular ações que possam evitar as tragédias.

Apesar das críticas, a senadora disse que o país avançou na capacidade de previsão dos ciclos climáticos e elogiou a ideia do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, de criar um centro de prevenção de catástrofes. "Nada mais oportuno, posto ser fundamental transformar as informações disponíveis em ações efetivas, em capacidade de organização para evitar que eventos naturais se transformem em tragédias para a vida de milhões de famílias a cada final e início de ano".

Depois de deixar o Senado no final do ano passado, Marina reassumiu a presidência do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS). Especula-se a possibilidade de que ela pode se mudar para São Paulo, onde estaria em evidência para ter condições competitivas de disputar a Presidência da República, mais uma vez, em 2014.

(Fernando Taquari | Valor)

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