Marina Silva quer aperfeiçoamento do Bolsa Família e sugere 'terceira geração' do programa

O GLOBO
RIO - A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, defendeu nesta terça-feira a continuidade e aperfeiçoamento do Bolsa Família. Para isso, a senadora disse que é preciso uma terceira geração do programa para que a economia local também seja aquecida. ( Leia também: Após críticas ao BC, Serra defende entrosamento )


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- Nós precisamos passar para aquilo que eu chamo de um programa social de terceira geração. O programa de primeira geração era o sacolão ou a ideia de cesta básica e não era o melhor caminho. A segunda geração foi o Bolsa Família, transferência direta de renda com contrapartida simples. A terceira geração deve promover a inclusão produtiva - disse Marina em entrevista coletiva em Natal, no Rio Grande do Norte.



"A terceira geração deve promover a inclusão produtiva "


Na terceira geração, segundo ela, o programa seria mantido para famílias em situação de risco:

- Se faz investimento pesado em educação, para que os nossos jovens no ensino médio possam ter profissionalização e serem incluídos, produtivamente falando, em função da profissionalização, além de uma cesta de oportunidades para as pessoas que querem ser treinadas para determinadas atividades como ser costureira, carpinteiro ou alguém que vai trabalhar na construção civil.

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Durante a entrevista, Marina foi questionada sobre a possibilidade de subir ao palanque com José Agripino Maia (DEM), candidato à reeleição para uma vaga no Senado, por conta de possíveis alianças no Rio Grande do Norte. A senadora garantiu que "isso não vai acontecer":

"Eu não vou para o palanque de nenhum deles. Eu, Marina Silva, não estarei (com as lideranças do DEM)"

- Meu palanque não irá para nenhuma dessas candidaturas, eu pessoalmente, e colocava isso muito claramente para os meus companheiros do PV.

No final da coletiva, Marina foi questionada novamente sobre a questão e disse que "o palanque da candidatura a presidente será um palanque exclusivo da senadora Marina":

- Eu não vou para o palanque de nenhum deles. Eu, Marina Silva, não estarei (com as lideranças do DEM). Estarei com a Micarla (de Sousa, prefeita de Natal), com as lideranças do Partido Verde. A discussão interna aqui deles é uma discussão que está sendo acompanhada pela direção, como está acontecendo no Mato Grosso, no Acre, no Rio de Janeiro.

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Deixando os palanques de lado, a pré-candidata afirmou que é importante assegurar governabilidade, caso seja eleita. E, para isso, Marina disse que vai querer o melhor de cada partido:

"Vou querer governar com os melhores. Se o PT e PSDB continuarem sem conversar, o Brasil vai sempre ficar de mal a pior"

- É fundamental o realinhamento histórico entre PT e PSDB. Já disse que, se ganhar, vou querer governar com os melhores. Se o PT e PSDB continuarem sem conversar, o Brasil vai sempre ficar de mal a pior. O PSDB tentou governar sozinho e ficou refém do que havia de pior dos Democratas. O PT tentou governar sozinho e ficou refém do que havia de pior do PMDB. Se tivesse uma conversa entre os dois para assegurar aquilo que são os interesses estratégicos do Brasil, com certeza a gente conseguiria angariar base de sustentação.

Lamentando a saída do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) da disputa presidencial , Marina defendeu a alternância de poder:

- A democracia tem determinados custos para viabilizá-la na prática. É muito bonito dizer que se é a favor dela do ponto de vista teórico. Agora, quando isso nos é exigido que seja exercitado na prática, as pessoas fazem um verdadeiro malabarismo para evitar que tenha um leque maior de opções, porque as pessoas têm dificuldade de lidar com a ideia de alternância no poder, e a alternância no poder faz parte da democracia.