quinta-feira, 10 de junho de 2010

Marina Silva prega um novo estilo de governar

Catarina Alencastro; Reuters




BRASÍLIA - Em um discurso emocionado, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, elogiou os dois últimos governos, especialmente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas disse que é hora de partir para uma nova política e uma nova forma de governar avançando nas conquistas já feitas. Ela abriu seu discurso dizendo querer ser a "primeira mulher negra de origem pobre" a ocupar o Palácio do Planalto.

- Saímos da cesta básica, fomos para um bom programa de geração de renda. Agora, vamos sair de um Estado provedor para um Estado mobilizador. Não é fazer para os pobres, mas com os pobres - afirmou.
Marina convocou os brasileiros a votar de acordo com suas próprias convicções:
- Não vamos aceitar o veredicto do plebiscito. Ele vai ser revogado pelo povo brasileiro.
Marina, em terceiro lugar nas pesquisas, reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a manutenção da estabilidade econômica. Vestida com suas costumeiras roupas simples e sóbrias, Marina destacou que o país ainda precisa corrigir erros.
Durante o evento, o partido também oficializou a indicação para a vaga de vice na chapa do empresário Guilherme Leal, fundador e copresidente licenciado do Conselho de Administração da Natura.
"Temos ainda um país que dilapida o seu imenso patrimônio natural", afirmou a candidata em um discurso pontuado com emoção por passagens de sua dura história de vida.
Ex-ministra do Meio Ambiente, ela citou ainda a desigualdade de oportunidades entre pessoas ricas e pobres, a inexistência de uma educação de qualidade que alavanque a economia e a inovação tecnológica e a falta de infraestrutura e segurança nas cidades. Marina também defendeu o que chamou de "programas sociais de terceira geração", os quais, além de reduzir as desigualdades sociais, potencializariam a criação de oportunidades de empregos para os assistidos.
Pela manhã, foi apresentada a plataforma de governo de Marina, que tem como lema: "Juntos pelo Brasil que queremos". A ideia do PV é aprovar o plano nesta quinta-feira e deixá-lo sob consulta pública na internet, para receber sugestões. No texto, o partido reconhece os avanços que o país conquistou nos últimos anos, mas observa que muitos desequilíbrios foram criados.O partido também fixou o limite de gastos para a campanha em R$ 90 milhões.
"A falta de investimento estratégico em educação, inovação, infraestrutura e na conservação dos recursos naturais - que são a base fundamental de nossa prosperidade - compromete o nosso desenvolvimento. Tudo isso mostra que o processo em curso não é sustentável e não assegura um bom futuro para as próximas gerações", diz o documento.
Em busca de mais uma superação
Franzina e de fala mansa, Marina driblou a pobreza nos seringais do Acre, enganou a morte - que levou dois de seus dez irmãos - depois de vencer cinco malárias, três hepatites, a leishmaniose e a contaminação por mercúrio causada pelo tratamento da doença. A hoje presidenciável passou pela Câmara de Vereadores de Rio Branco e pela Assembleia Legislativa do Acre, pelo Senado e pelo Ministério do Meio Ambiente de Lula.
Marina ajudou a incluir assuntos como biodiversidade e desenvolvimento sustentável na pauta nacional. Deixou o ministério em maio de 2008, depois de duelo com os então ministros Dilma Rousseff e Mangabeira Unger por causa dos licenciamentos ambientais. Em 2009, deixou o PT e filiou-se ao PV.

Fonte: O GLOBO

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