terça-feira, 13 de julho de 2010

Marina Silva critica 'proliferação' de empresas estatais no país

Candidata comentou proposta de criação de estatal federal de seguros.Senadora participou de almoço com empresários no Rio de Janeiro.
Aluizio Freire Do G1 RJ
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, criticou nesta terça-feira (13), ao comentar a proposta do governo de criação de uma empresa estatal de seguros, o que chamou de "proliferação de empresas" no país.
"Algumas coisas devem ser feitas de forma transparente. E algumas não tiveram tempo necessário de maturação. Se é contaminada pelo processo eleitoral fica mais difícil ainda. Não tenho aqui avaliação técnica em relação ao mérito [da proposta]. Em princípio, acho que a proliferação mais e mais de empresas talvez não seja a saída para os problemas brasileiros", afirmou a senadora, após participar de almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
O anúncio da criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS) foi feito no início de maio. A estatal teria atuação na concessão de garantias para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016 e da exploração do pré-sal, entre outras.
Em referência indireta aos adversários José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), Marina afirmou que a campanha não pode ser um "concurso de quem propõe mais coisas", e apontou contradição em discursos que defendem um estado mais eficiente e, ao mesmo tempo, propõem criar novos órgãos estatais.
"O que a gente não pode em períodos eleitorais é um cria um ministério daqui, outro cria um ministério de lá, e vira um concurso de quem propõe mais coisas, e todos falando que o estado tem que ser eficiente, numa contradição muito grande", afirmou Marina, que disse defender um estado "mobilizador", em oposição às acepções de "estado provedor" e "estado fiscalizador".
Candidata elogia Lula e FHCMarina procurou se mostrar em sintonia com a política econômica vigente no país. Elogiou a condução macroeconômica dos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da SIlva, mas buscou um diferencial ao defender o controle da inflação por meio da redução de gastos públicos, e não apenas via elevação da taxa de juros.
"Eu tenho dito que a política econômica dos últimos 16 anos vem dando certo. Iniciou-se com o presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente Lula deu continuidade com aperfeiçoamentos, aumentando significativamente as reservas brasileiras. Foi isso que fez com que a gente pudesse atravessar a crise [financeira mundial de 2008-2009]. Então, o câmbio flutuante, ter uma política de superávit primário, com controle da inflação, são as ferramentas de política macroeconômica que precisam ser mantidas. E a questão do controle dos juros, de termos meta de inflação, não pode ser só a partir da elevação dos juros, mas também que a gente possa fazer um esforço de controlar a inflação com redução do gasto público, para que a gente possa ter a chance de investir nesse país", disse Marina.
"Otimista antes da partida"Mais tarde, após visita ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marina comentou a convicção do presidente Lula, relatada pelo senador José Sarney (PMDB-AP), de que Dilma pode vencer a eleição no primeiro turno.
"Eu prefiro falar do meu esforço. Enquanto alguns já estão otimistas antes de começar a partida, eu prefiro estar me esforçando e treinando para que a gente possa fazer bonito nessas 'olimpíadas democráticas' de 2010", disse a senadora.

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