quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Dilma prega apoio aos estados para criar o "ICMS ecológico"

Abnor Gondim
BRASÍLIA - Uma parte expressiva da tropa de choque de Marina Silva deu ontem o seu apoio formal à candidatura petista Dilma Rousseff, durante evento em que ela lançou 13 compromissos com o meio ambiente. Entre eles, destacam-se a tolerância zero com o desmatamento e a redução de 80% no desmatamento da Amazônia, além da geração de empregos verdes e a retomada do debate sobre a revisão do Código Florestal, como foi antecipado ontem pelo DCI.

O documento apresentado pela campanha de Dilma menciona o apoio ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) ecológico para os estados que ainda não aprovaram leis tributárias neste sentido. Também prevê incentivos tributários para produtos sustentáveis, além da erradicação dos lixões com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, legislação aprovada este ano pelo Congresso.

Militantes do Movimento Marina Silva e os deputados federais Edson Duarte (BA) e Sarney Filho (MA), respectivamente líder do PV e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, participaram ontem do encontro que lançou a plataforma ambiental de Dilma. Estavam presentes também o coordenador da campanha de Marina, Pedro Ivo Batista, a filha de líder seringueiro Chico Mendes, Ângela Mendes. A mãe dela, a viúva Ilzamar Mendes, declarou apoio ao Serra. Marcos Apurinã, coordenador-geral da Coiab e Apib, representações indígenas nacionais, dvidiram a mesa do evento com o vice de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP).

A senadora Marina Silva (PV-AC) minimizou a decisão de parte do PV apoiar a candidata Dilma. Depois do partido optar pela neutralidade na disputa entre a petista e José Serra (PSDB), Marina disse que "cada integrante do partido tem sua posição individual".


Greenpeace "desrespeitoso"

O discurso da candidata foi interrompido por manifestantes do Greenpeace que pediam a assinatura de Dilma ao compromisso de desmatamento zero e a aprovação da lei de energias renováveis. Os manifestantes foram vaiados e chamados de tucanos, até que Dilma pediu à plateia que permitissem a manifestação. "Minha assinatura não entra em documento que colocam desta maneira, é desrespeitoso". Foram dez minutos de interrupção em um discurso que atingiu quase meia hora. Dilma ainda afirmou que não faz "leilão político".



Dilma foi enfática em seu discurso garantindo que seu governo terá tolerância zero aos desmatadores em todos os biomas brasileiros. Ela afirmou que se compromete, apenas, com propostas viáveis, e ressaltou que o governo até pode alcançar o "desmatamento zero". Mas salientou que seu compromisso de campanha é com os termos do Plano Nacional de Mudança de Clima, aprovado pelo Congresso, que prevê redução de 80% do desmatamento da Amazônia e de 40% do Cerrado.


Missão indígena

Muitas lideranças ambientalistas falaram antes de Dilma e quando foi chamada a tomar o microfone ela pediu que Marcos Apurinã falasse. O indígena entregou a ela uma lista com dez solicitações, entre elas a regulamentação de todas as terras indígenas no Brasil, durante o seu mandato de presidente.


O próprio secretário Nacional de Meio Ambiente do PT, Julio Barbosa, ex- prefeito de Xapuri no Acre, onde fica o seringal de Chico Mendes, analisa que o comprometimento de Dilma com a reivindicação indígena é difícil de ser cumprido. "É um compromisso corajoso".

Fonte:DCI

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